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    "Haverá mais espaço para um Brasil soberano num novo governo Lula", diz Dilma

    Ex-presidente vê com bons olhos a aliança entre China e Rússia, fala sobre o papel dos Brics e afirma que o Brasil poderá voltar a exercer sua soberania

    Dilma Rousseff, Lula, Biden, Xi e Putin (Foto: Felipe Gonçalves / Fotos Públicas)

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    247 – Vítima do golpe de estado de 2016, que trouxe de volta a fome e a miséria ao Brasil, a ex-presidente Dilma Rousseff concedeu a quinta entrevista da série de depoimentos ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, em que falou sobre o papel dos Brics, bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que tomou corpo durante a sua presidência. Segundo ela, os Brics trouxeram uma visão de crescimento com inclusão social, fazendo contraponto a instituições criadas após a Segunda Guerra, como o Banco Mundial.

    Dilma disse também que o Brasil deve apoiar as pretensões de ingresso da Argentina no bloco e afirmou que o "Brasil só será forte com uma América do Sul fortalecida". Na entrevista, ela comentou a recente aliança sem limites anunciada entre Rússia e China e disse que ela é essencial para construção do mundo multipolar, porque une a maior potência militar do mundo, a Rússia, com aquela que será, em breve, a maior potência econômica do mundo – no caso, a China.

    "O Brasil deve ser autônomo, mas ao lado da China", disse ela. "Lula terá relações estratégicas com a China, sem aceitar imposições dos Estados Unidos", acrescentou. Dilma avalia que Lula trará de volta o "soft power" brasileiro e saberá negociar com os principais líderes internacionais a defesa dos interesses do Brasil. Ele também aponta que o fortalecimento do mundo multipolar cria mais espaços para que o Brasil exerça sua soberania e não sofra novos golpes de estado, como o que a derrubou em 2016.

    Na entrevista, ela também falou sobre as excelentes relações pessoais que cultivou com Vladimir Putin e Xi Jinping. Segundo ela, Putin é extremamente capaz, mas é demonizado pela mídia ocidental, assim como fizeram com Cristina Kirchner, Lula, Hugo Chávez e outros líderes que defendem a soberania de seus países. Xi Jinping, por sua vez, sempre esteve aberto à construção de relação estratégica e qualificada com o Brasil.

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