Lideranças divulgam manifesto pela democracia
Um grupo de políticos, cientistas, artistas, intelectuais, organizações, empresas e pessoas de diferentes setores da sociedade se uniu em "defesa da vida, da liberdade e da democracia". De acordo com o manifesto, "como aconteceu no movimento Diretas Já, é hora de deixar de lado velhas disputas em busca do bem comum"
247 - Um grupo de políticos, cientistas, artistas, intelectuais, organizações, empresas e pessoas de diferentes setores da sociedade se uniu em "defesa da vida, da liberdade e da democracia". O movimento Estamos Juntos já tem mais de 6 mil assinaturas da esquerda à direita também inclui jornais e exige que autoridades e lideranças políticas resistam a posturas que de alguma forma colocam em risco a democracia. A divulgação acontece em um contexto no qual Jair Bolsonaro estimulou atos que pediram o fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional. Seus aliados também ameaçaram a Corte, após ministro Alexandre de Moraes autorizar uma ação da Polícia Federal contra fake news tendo bolsonaristas como alvos.
De acordo com o manifesto, "como aconteceu no movimento Diretas Já, é hora de deixar de lado velhas disputas em busca do bem comum".
"Esquerda, centro e direita unidos para defender a lei, a ordem, a política, a ética, as famílias, o voto, a ciência, a verdade, o respeito e a valorização da diversidade, a liberdade de imprensa, a importância da arte, a preservação do meio ambiente e a responsabilidade na economia", diz.
O movimento pede a união dos setores democráticos da sociedade, apesar das ideias diferentes. "Queremos combater o ódio e a apatia com afeto, informação, união e esperança. Vamos juntos sonhar e fazer um Brasil que nos traga de volta a alegria e o orgulho de ser brasileiro".
Escritor e colunista, Antonio Prata, um dos organizadores do movimento, afirmou que ideia do manifesto é aglutinar pessoas de diferentes setores da sociedade em defesa das instituições e contra um golpe à democracia.
"Temos Freixo, Fernando Henrique Cardoso, Boulos e Armínio Fraga no mesmo movimento. A intenção é barrar a ideia de um golpe. Eduardo Bolsonaro disse que não é uma questão de se, mas de quando. Bolsonaro passou a vida defendendo a ditadura e um golpe. Precisamos voltar a discordar dentro do rinque que é a democracia", disse. Os relatos foram publicados no jornal O Globo.
O movimento também conta com nomes que vão desde o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) ao cantor Lobão. O manifesto reúne personalidades como o apresentador e empreendedor Luciano Huck, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o advogado criminalista Antonio Cláudio Mariz, a economista Elena Landau e o ex-ministro da Educação Renato Janine.
Segundo a economista Elena Landau, "o objetivo é a união acima de questões partidárias para barrar essa trajetória de autoritarismo e corrupção moral". "Estamos dizendo que não vamos normalizar a barbárie. Bolsonaro criou um país onde não nos reconhecemos mais", acrescentou.
O ex-ministro da Educação e cientista político Renato Janine Ribeiro conta que decidiu apoiar o manifesto "ao lado de todos que estão contra essa divisão entre direita e esquerda e se unem pela democracia".
"O mais importante é o que nos une e não o que nos separa. E para lutar contra a barbárie é preciso se unir com todos que são contra ela. Só assim podemos salvar a democracia no Brasil, que está seriamente ameaçada. Espero que esses manifestos mostrem que a maioria da população está a favor da democracia e dos direitos humanos. Eles podem ajudar a mostrar que a maioria da sociedade apoia esses valores".
Para o Antonio Claudio Mariz de Oliveira, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP) e advogado criminalista, Jair Bolsonaro não tem mais condições de governar e que é preciso reverter esse quadro
"É preciso agir para reverter esse quadro e a sociedade civil tem a palavra escrita ou oral como arma. Amanhã também será divulgado o manifesto Basta!, assinado por profissionais do Direito, que vai na mesma direção. O presidente Jair Bolsonaro perdeu a condição de governar o país. Está implantando uma intolerância raivosa e qualquer um que tenha opinião divergente dele vira inimigo, ao contrário do se entende por democracia. Esses manifestos podem ajudar o país dando voz aos cidadãos. É o que está ao nosso alcance. Se isso vai levar a um resultado A ou B, não sabemos. Mas o importante hoje é falar. É obrigação dos cidadãos. Inércia é cumplicidade".
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