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    Luis Miguel: Lula tem o direito de defender suas ideias em praça pública

    Neste domingo (27), dia em que Lula completa 74 anos, o cientista político Luis Felipe Miguel afirma que o ex-presidente "tem o direito de se submeter ao julgamento que lhe cabe, que é o julgamento político do eleitorado". Segundo o analista, há uma "conspiração judicial, midiática e policial" no Brasil "contra a democracia, a Constituição e o Estado de direito"

    (Foto: Foto: reprodução)

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    Por Luis Felipe Miguel, em seu Facebook

    Eu me somo a muitos milhares de brasileiros nos parabéns aniversariante de hoje.

    Ele vai comemorar a data na sua cela em Curitiba, onde permanece como preso político há mais de 18 meses.

    É possível concordar ou discordar de suas políticas quando esteve na presidência da República. Eu mesmo julgo que elas apostaram numa desmobilização popular que está cobrando um preço muito alto hoje.

    É também possível concordar ou discordar das propostas que ele apresenta para enfrentar os retrocessos - na minha opinião, demasiado esperançosas da possibilidade de recompor um pacto como o que lhe permitiu chegar ao poder, em 2002.

    Mas, certas ou erradas, ele tem o direito de defender suas ideias em praça pública.

    E tem o direito de se submeter ao julgamento que lhe cabe, que é o julgamento político do eleitorado.

    A conspiração judicial, midiática e policial que o mantém na prisão não é uma conspiração só contra ele. É uma conspiração contra a democracia, contra a Constituição e contra o Estado de direito.

    Seu objetivo é impedir o funcionamento daquilo que há de mais elementar na democracia, que é a manifestação de uma vontade popular por meio do voto.

    E quem está preso não é só a pessoa física, o ex-presidente.

    Quem está preso é o maior líder popular da história do país. Quem está preso é o operário que se projetou na política como líder sindical e chegou à presidência.

    O objetivo do golpe de 2016 foi anular a possibilidade de que o campo popular fosse aceito como interlocutor legítimo do debate político.

    É essa interdição que permite que os retrocessos se sucedam - reforma trabalhista, congelamento dos gastos públicos, reforma da previdência. Os interesses populares simplesmente não têm voz, não são levados em conta.

    A prisão de Lula simboliza esse veto, justamente porque Lula, gostemos menos ou mais de suas política, simboliza a presença popular na política brasileira.

    A defesa da liberdade de Lula não é apenas a defesa dos direitos de um homem que hoje completa 74 anos, condenado sem provas por um complô entre procuradores canalhas e juízes canalhas - o que, no entanto, já seria motivo suficiente.

    É também a defesa da democracia e do direito à luta das classes populares.

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