Lula acena a ministros e destaca 'mérito de Padilha, Haddad, Rui Costa...'
'Se o ministro da Fazenda continuar assim, vai ganhar o Prêmio Nobel de Economia', afirmou o presidente
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elogiou seus ministros nesta sexta-feira (26) em São José dos Campos (SP) em um contexto de análise da reforma tributária pelos parlamentares do Congresso Nacional. O chefe de Estado citou Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil).
"Conseguimos aprovar reforma tributária, mérito Padilha, Haddad, Rui Costa. Se continuar assim, vai ganhar o Prêmio Nobel de Economia", disse o presidente Lula. Na última quarta (24), aliados do governo encaminharam ao Congresso Nacional o primeiro projeto de lei para regulamentar a reforma tributária sobre o consumo.
Nesta semana, o chefe de Estado cobrou de seus ministros mais empenho nas articulações com senadores e deputados federais, para facilitar a análise de propostas e a governabilidade.
No começo do mês, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse à imprensa que o ministro Alexandre Padilha é um "incompetente". Na última terça-feira (23), o deputado confessou o erro contra o titular das Relações Institucionais e negou ter a intenção de colocar em votação pautas que possam prejudicar as articulações políticas ou a condução da economia.
Em 2023, o PIB (Produto Interno Bruto) aumentou 2,9% na comparação com o ano anterior, de acordo com números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Reforma Tributária
A reforma cria dois tributos, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) para substituir ICMS e ISS e que será cobrado por estados e municípios; e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), federal, que vai substituir PIS, Cofins e IPI. A transição começa em 2027 e vai até 2032.
Outro ponto da reforma é o "cashback" - devolução do imposto pago, o que, segundo o governo, pode beneficiar até 73 milhões de pessoas. De acordo com a proposta, a devolução vai ser de 100% do Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) para a aquisição de botijão de gás (13kg), de 50% da CBS para as contas de água, luz, esgoto e de gás encanado, e de 20% da CBS e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) sobre os demais produtos.
Esses tributos terão as mesmas regras e serão cobrados apenas no destino final dos produtos e serviços, o que permitirá eliminar a incidência de imposto sobre imposto. Os tributos sobre consumo ficarão destacados na nota fiscal e deverão ter uma alíquota de referência de 26,5%: 8,8% de CBS e 17,7% de IBS.
O Projeto de Lei Complementar 68/24 que regulamenta a reforma tributária lista 15 produtos que deverão ser isentos dos novos tributos na nova cesta básica nacional. A alíquota média dos 15 produtos hoje é de 8% e será zero. O restante dos produtos da cesta passará de 15,8% de tributação para 10,6% porque haverá alíquota reduzida.
Saúde
Os dois novos tributos também vão ter alíquota zero para os seguintes bens e serviços:
- dispositivos médicos
- dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência
- 383 medicamentos específicos
- produtos de cuidados básicos à saúde menstrual
- automóveis de passageiros adquiridos por pessoas com deficiência ou Transtorno do Espectro Autista
- automóveis adquiridos por taxistas (com limites)
- serviços prestados por instituição científica
- serviços de transporte público coletivo de passageiros
Outra lista de bens e serviços, inclusive as carnes, terão alíquota reduzida em 60%:
- serviços de educação
- serviços de saúde
- dispositivos médicos
- dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência
- 850 medicamentos específicos
- produtos de cuidados básicos à saúde menstrual
- alimentos destinados ao consumo humano
- produtos de higiene pessoal e limpeza, majoritariamente consumidos por famílias de baixa renda
- produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura
- insumos agropecuários e aquícolas
- produções nacionais artísticas, culturais, de eventos, jornalísticas e audiovisuais
- comunicação institucional
- atividades desportivas
- bens e serviços relacionados à soberania e segurança nacional, segurança da informação e segurança cibernética.
- atividades de reabilitação urbana de zonas históricas e de áreas críticas de recuperação e reconversão urbanística
Confira alguns pontos do projeto:
- Estimativa de alíquotas (8,8% para a CBS e 17,7% para o IBS, totalizando 26,5%)
- Fato gerador do IBS e da CBS, momento e local da ocorrência
- Formas de pagamento do IBS e da CBS
- Apropriação e utilização de créditos do IBS e da CBS
- Ressarcimento de saldos credores do IBS e da CBS
- Período de apuração do IBS e da CBS
- Formas de recolhimento do IBS e da CBS
- Incidência do IBS e da CBS sobre importações e imunidade das exportações
- Cashback (devolução de tributos para famílias de baixa renda)
- Cesta básica (redução da tributação dos alimentos que hoje estão na cesta básica)
- Regimes diferenciados – alíquotas e créditos presumidos (alimentos, acessibilidade, cultura, educação, esportes, mobilidade urbana, pesquisa e desenvolvimento, saúde, segurança, valorização dos centros históricos; produtor rural e transportador autônomo)
- Regimes específicos (combustíveis, serviços financeiros, planos de saúde, apostas, bens imóveis, cooperativas, turismo e lazer, sociedades anônimas do futebol)
- Administração do IBS e da CBS (harmonização de normas e interpretações)
- Transição para o novo modelo (fixação de alíquotas, utilização de saldos credores de PIS/Cofins, compensação de benefícios fiscais do ICMS)
- Zona Franca de Manaus (manutenção do diferencial competitivo)
- Imposto Seletivo
* Com informações fornecidas pela Agência Câmara
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