Lula e Campos Neto se encontram no Planalto: 'construção de relação'
Reunião durou cerca de 1 hora e 20 minutos e foi vista como um sinal claro de 'busca por equilíbrio' na relação entre o Planalto e o Banco Central
247 - Em um gesto de 'construção de relação', Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, esteve hoje (27) no Palácio do Planalto para uma reunião com o presidente Lula (PT). Inicialmente marcado para as 17h30, o encontro teve um pequeno atraso de uma hora devido às agendas ocupadas do chefe do Executivo. Também presente na reunião estava o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A reunião durou cerca de 1 hora e 20 minutos e foi vista como um sinal claro de 'busca por equilíbrio' na relação entre o Planalto e o Banco Central, de acordo com a CNN Brasil. Depois do encontro, o ministro Haddad falou à imprensa: "foi um encontro institucional, de construção de relação, de pactuação em torno de conversas periódicas. Foi excelente". O ministro também esclareceu que a reunião não abordou tópicos específicos.
Antes do encontro, havia especulações sobre os objetivos de Campos Neto ao solicitar essa reunião. De acordo com a colunista Malu Gaspar do jornal O Globo, o presidente do BC pretendia se posicionar como um interlocutor estratégico com o Congresso, capaz de auxiliar o governo na elaboração de estratégias e na aprovação de medidas econômicas cruciais para o país. Ele almejava demonstrar que poderia fornecer informações e colaborar de maneira ativa com o governo, especialmente quando se trata da oposição bolsonarista, com a qual possui uma rede de contatos.
Esta é a primeira reunião entre Lula e Campos Neto desde dezembro do ano passado, durante o período de transição do governo. Desde então, a relação entre ambos se deteriorou, principalmente em relação às decisões do Banco Central de manter as taxas de juros elevadas, uma medida que foi alvo de críticas tanto de Lula quanto de parte do PT.
Mesmo após a primeira redução da taxa de juros pelo Banco Central, Lula continuou a expressar preocupação com as altas taxas de juros e enfatizou a importância de ter recursos disponíveis para investimento a taxas mais baixas, ressaltando que o presidente do BC deve agir no melhor interesse do Brasil e de sua economia.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) tomou a decisão de reduzir a taxa Selic pela segunda vez consecutiva, diminuindo-a em 0,5 ponto percentual e estabelecendo-a em 12,75% ao ano, uma medida que pode indicar uma mudança na direção da política monetária do país. O encontro de hoje no Palácio do Planalto pode sinalizar uma nova fase de diálogo e colaboração entre o governo e o Banco Central.
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