“Lula não deve buscar alianças com a direita”, diz Rui Costa Pimenta
O presidente nacional do PCO descartou a necessidade de formação de uma aliança entre o ex-presidente Lula e a oposição de direita em 2022. Para ele, a escolha de um vice não deve seguir a lógica do passado: “Veja o Michel Temer. Pode ser que o PT faça um acordo com algum partido secundário, que a burguesia pode indicar”. Assista:
247 - O presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, avaliou em entrevista à TV 247 as possibilidades de aliança para a candidatura do ex-presidente Lula em 2022. Para ele, o Partido dos Trabalhadores (PT) deve abrir o olho na hora de escolher um vice, não repetindo erros anteriores, como a escolha de Michel Temer como vice de Dilma Rousseff:
“A hipótese que é apresentada, de modo geral, me parece inviável. Mesmo que o Lula queira fazer aliança com o MDB, com o PSD, isso não vai acontecer. Se acontecer, vai ser com algum partido menor. Veja que o Lula em 2002 fez aliança com um partido marginal da política burguesa. Não era um partido dominante. O Partido Liberal do José Alencar era um partidinho. A burguesia simplesmente propôs essa aliança, que é muito fora do caminho, com um partido ideologicamente neoliberal. É uma garantia. Como quando você vai comprar algo e o cidadão aceita a venda, mas exige uma garantia. Daí colocaram o Partido Liberal e o José Alencar, e, como vemos, a função do vice nessas situações é derrubar o presidente se a situação escapar de controle. Veja o Michel Temer. Pode ser que o PT faça um acordo com algum partido secundário, que a burguesia pode indicar”, disse.
Rui descartou a necessidade de formação de uma aliança ampla, que inclua a própria oposição de direita: “Primeiro, o Lula não precisa de uma aliança mais ampla com a direita. Segundo, não sei onde o pessoal está vendo essa aliança. Se quiserem fazer uma aliança, é preciso de gente que está disposta a fazê-la. Para mim, do Ciro Gomes até a beirada do Bolsonaro, está todo mundo buscando um candidato direitista para impedir o Lula e o Bolsonaro de ganharem. E se eles não conseguirem, vão votar no Bolsonaro para não deixar o Lula ganhar. Essa é a lógica da situação. Não vejo nada disso”.
Discurso “elegante” de setores da direita
O presidente do PCO alertou ainda para o risco das forças progressistas se deixarem levar pelo discurso “elegante” de setores da direita e pelas intrigas da imprensa burguesa: “Uma coisa muito negativa na política nacional é que os setores progressistas ficam vivendo muito de fantasias. Por exemplo, falaram que o Mourão ia derrubar o Bolsonaro e que estava a favor da democracia. Ele deu uma declaração hoje falando que o STF está exorbitando seus poderes. Ele falou de uma maneira muito elegante e delicada. Já o Bolsonaro xinga o pessoal do STF. Ele [Mourão] falou que precisa de um pacto, definir melhor as atribuições, que o STF está se intrometendo em outros poderes, o que é verdade, principalmente no legislativo”.
“As cartas estão claras. Não podemos nos deixar levar pelas intrigas da imprensa. A imprensa capitalista burguesa toda hora intriga um contra o outro. Essas declarações [de Mourão] são apenas pro forma, que um político faz mesmo. É um jogo isso daí. A política burguesa é assim”, completou Rui.
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