Lula reforça responsabilização de Bolsonaro pelos atos golpistas: "planejou tudo"
"Ele tentou desmoralizar a Justiça Eleitoral", afirmou o presidente sobre o ex-mandatário
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou que Jair Bolsonaro (PL) é o principal responsável pela tentativa de golpe no Brasil em 2022. De acordo com o chefe de Estado, o ex-mandatário "covardemente se escondeu" ao sair do país antes de acabar o governo.
"Tem um responsável direto que planejou tudo isso e que, covardemente, se escondeu e saiu do Brasil com antecedência que foi o ex-presidente da República. É sabido que ele não aceitou a nossa vitória. Ele tentou desmoralizar a Justiça Eleitoral. Ele planejou (o golpe), covardemente, e não teve coragem de assumir. Saiu e deixou os mandantes dele para cumprir o que fez", disse Lula em entrevista ao jornal Metrópoles.
O chefe de Estado garantiu punição contra políticos e militares bolsonaristas envolvidos em um plano para dar um golpe. "Nós não temos pressa. O que nós queremos é que seja feita justiça, de fato e de direito, para que nunca mais alguém ouse dar um golpe no processo democrático", defendeu o petista. "Por causa da democracia, da Justiça Eleitoral, que ele tentou desmoralizar, nós chegamos à Presidência da República".
Em delação premiada no ano passado, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que Bolsonaro consultou militares para saber a melhor maneira de se aplicar um golpe no País. Durante o seu governo, o ex-mandatário tentou passar para a população a mensagem de que o Judiciário atrapalhava a gestão. Também defendeu a participação das Forças Armadas na apuração do resultado da eleição. Em 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Bolsonaro inelegível por ter questionado, sem provas, a segurança do sistema eleitoral brasileiro contra fraudes, durante uma reunião com embaixadores em Brasília (DF).
Em 8 de janeiro do ano passado, bolsonaristas fizeram manifestações golpistas e invadiram a Praça dos Três Poderes, na capital federal. O Supremo Tribunal Federal condenou 30 pessoas por participação direta nos atos golpistas. A Corte tem cerca de 1.345 processos abertos contra os envolvidos nas mobilizações antidemocráticas.
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