Mauro Cid relata à PF que assessor de Bolsonaro tentou obter informações sobre sua delação premiada
Fabio Wajngarten e ex-ministro Braga Netto teriam procurado familiares de Cid para saber detalhes do acordo de delação, segundo depoimentos à PF
247 - Em depoimento à Polícia Federal (PF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que Fabio Wajngarten, advogado e assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tentou descobrir o conteúdo de seu acordo de delação premiada. As informações foram repassadas por Cid durante interrogatório realizado em dezembro de 2023 e revelam que o contato teria ocorrido por meio de seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, e, possivelmente, de sua esposa.
“Outros que desejavam fazer contato com meu pai foi o Fabio Wajngarten. Ele tentou até ligar para minha esposa também, eu acho, para saber o que eu tinha falado”, declarou Cid à PF. Segundo o militar, o objetivo de Wajngarten era “entender o que eu tinha falado, como estava trabalhando o acordo de colaboração”.
Wajngarten, que comandou a Secretaria de Comunicação Social (Secom) durante parte do governo Bolsonaro e atuou na campanha presidencial de 2022, integra atualmente a equipe jurídica do ex-presidente. Em resposta às acusações, ele negou as alegações em uma postagem no X (antigo Twitter), afirmando que “há anos não fala com Cid, nem com seu pai, muito menos com sua esposa”. “Comprometido com os demais membros da defesa, nunca fiz movimentos para falar com quem havia proibição legal”, escreveu.
Além de Wajngarten, o ex-ministro Walter Braga Netto também teria procurado o pai de Cid para obter informações sobre a delação. Segundo o tenente-coronel, o contato ocorreu logo após sua soltura, quando formalizou o acordo de colaboração. “Naquele período, não só ele (Braga Netto) como outros intermediários procuraram saber o que eu tinha falado. Fiziam contato com o meu pai, tentavam ver o que eu tinha, se realmente eu tinha colaborado”, relatou Cid.
O depoimento de Cid foi um dos elementos que levaram a PF a pedir a prisão de Braga Netto, ocorrida em dezembro. Já o general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do tenente-coronel, prestou depoimento um dia após o filho, mas afirmou não se recordar do conteúdo exato das conversas. “Que Fabio Wajngarten também entrou em contato com o declarante nesse período, sem saber precisar do conteúdo da conversa; que não se recorda se Braga Netto e Fabio Wajngarten perguntaram ao declarante informações sobre o acordo de colaboração firmado por seu filho”, consta no relatório da PF.
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