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    Militares revelam ressentimento com Rogério Marinho por oposição ao golpe

    Anotações apreendidas pela PF detalham frustração de ala militar bolsonarista com o senador, que buscava alternativa democrática para o retorno ao poder

    Senador Rogério Marinho (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

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    247 - Anotações encontradas pela Polícia Federal (PF) em documentos relacionados ao delator Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, revelaram ressentimentos de militares bolsonaristas com o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado. De acordo com o portal Metrópoles, mensagens enviadas ao general Braga Netto mencionam o nome de Marinho em um contexto de decepção: “Ressentimento com a parte política da direita: Rogério Marinho”.

    A ala militar radical do bolsonarismo teria se frustrado com a postura do senador, que, em dezembro de 2022, desaconselhou iniciativas que pudessem levar a uma ruptura democrática. Na ocasião, Marinho tentava convencer aliados do então presidente Jair Bolsonaro a buscar paciência para construir uma volta ao poder pela via eleitoral em 2026.

    Ainda de acordo com a reportagem, Rogério Marinho argumentava que Bolsonaro tinha o apoio de “50% da população” e que o Partido dos Trabalhadores (PT) enfrentaria dificuldades para governar, o que poderia abrir caminho para um retorno triunfal da direita ao Planalto. O senador também estava focado na articulação de sua candidatura à presidência do Senado, uma movimentação que contava com apoio de Bolsonaro. Contudo, Marinho foi derrotado por Rodrigo Pacheco (PSD) em janeiro de 2023.

    A postura conciliatória do senador foi vista como uma traição por parte de militares que estariam envolvidos nas tramas investigadas pela PF. As anotações de Mauro Cid, feitas por um interlocutor próximo, foram apreendidas e incluíram outras declarações que reforçam o clima de tensão dentro do grupo.

    Segundo o documento apreendido, Mauro Cid revelou questionamentos sobre figuras-chave do entorno bolsonarista, como o general Mario Fernandes, preso sob suspeita de planejar atentados contra o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

    Outras partes da mensagem destacam avaliações feitas sobre Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, descrito como tendo um “pensamento democrático de transparência das urnas”. A defesa de Braga Netto contrasta com a visão dos militares sobre Rogério Marinho, reforçando o distanciamento entre diferentes alas do grupo bolsonarista.

    Rogério Marinho, que ocupou cargos de destaque no governo Bolsonaro, como secretário especial da Previdência e ministro do Desenvolvimento Regional, mantém sua posição como líder da oposição no Senado. Contudo, as revelações da PF expõem divisões internas no bolsonarismo, sobretudo entre militares e lideranças políticas que priorizam estratégias institucionais para o retorno ao poder.

    O documento apreendido pela PF foi descrito como “grave” pelas autoridades. Segundo os investigadores, ele reforça as suspeitas sobre a existência de um plano golpista e ilustra os conflitos entre diferentes grupos que orbitavam o ex-presidente Bolsonaro.

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