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"Por que tenho que falar da Venezuela em todo lugar?", questiona Lula

Presidente rebate cobrança ao ser questionado no México sobre a questão venezuelana

Lula é abraçado por populares no México (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

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247 – Durante uma entrevista coletiva na última segunda-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi questionado sobre a ausência de menções à crise na Venezuela em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Em sua fala, Lula abordou conflitos internacionais, como as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, mas deixou de fora o vizinho sul-americano, provocando a curiosidade dos jornalistas. Em resposta, o presidente disparou: "Por que eu tenho que falar da Venezuela em todo lugar? Eu não falo nem da Janja em todo lugar. Eu falo o que me interessa falar. O discurso que eu queria fazer era aquele."

A fala ocorreu durante uma viagem ao México, onde Lula não escondeu a irritação ao ser cobrado pelo suposto silêncio sobre a Venezuela. A crise política e econômica que afeta o país vizinho, governado por Nicolás Maduro, tem sido motivo de atenção global, especialmente com as eleições recentes que, novamente, deram vitória ao atual presidente venezuelano. O Brasil, sob o comando de Lula, atua como mediador nas discussões internacionais sobre a Venezuela, ao lado da Colômbia, buscando garantir transparência nas eleições e defender a paz na região.

A postura diplomática de Lula

Apesar do tom mais ríspido ao ser questionado, o presidente reafirmou sua preocupação com a situação venezuelana e a necessidade de um diálogo constante. "Eu tenho muito interesse que a Venezuela volte à normalidade democrática. É um país com o qual tenho boa relação, tem 1,6 mil quilômetros de fronteira com o Brasil, e quero que esteja em paz", destacou Lula.

O líder brasileiro também defendeu o que chamou de "comedimento" nas atitudes tomadas pela comunidade internacional e pelos países vizinhos em relação à Venezuela. "É importante que a gente tenha comedimento no nosso comportamento, porque se eu acho que a pessoa errou e achar que tenho que radicalizar para consertar esse erro, eu vou criar um caminho sem volta", argumentou Lula, reforçando sua filosofia de sempre deixar portas abertas para o diálogo político.

Brasil como mediador

Nos bastidores, o governo brasileiro tem desempenhado um papel de mediador nas discussões em torno da legitimidade das eleições venezuelanas. Ao lado da Colômbia, o Brasil tem pressionado pela divulgação das atas eleitorais, passo considerado crucial para que o resultado do pleito seja reconhecido internacionalmente. Apesar das críticas, Lula segue com uma política externa que preza pela moderação, buscando evitar rupturas drásticas na relação com a Venezuela.

A atitude de Lula mostra que, embora o Brasil esteja disposto a ajudar no processo de pacificação e estabilização política do país vizinho, o presidente brasileiro tem seus próprios critérios sobre como e quando abordar a situação publicamente. Dessa forma, ele parece tentar equilibrar as pressões internas e externas, mantendo sua linha de ação no campo da diplomacia.

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