Relatório da CPMI pede indiciamento de Zambelli por associação criminosa, abolição do Estado de Direito e golpe
Documento destaca participação da parlamentar nas ações que visavam minar o Estado Democrático de Direito no Brasil
247 - O relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Antidemocráticos, divulgado nesta terça-feira (17), pede o indiciamento da deputada federal Carla Zambelli Salgado de Oliveira (PL-SP) por sua participação ativa na tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro de 2023. O documento detalha o envolvimento da parlamentar na articulação e disseminação de informações falsas durante os eventos que abalaram a democracia brasileira.
Segundo o relatório, Carla Zambelli, “uma das parlamentares mais atuantes no bolsonarismo”, sempre aderiu às narrativas criadas por Jair Messias Bolsonaro para atacar as instituições brasileiras, mesmo sem apresentar qualquer prova. O texto revela que a deputada “foi diretamente responsável por apresentar o hacker Walter Delgatti Neto, envolvido na Operação Spoofing, a autoridades de alto relevo do governo federal”.
“É inegável que a deputada federal Carla Zambelli, abusando de suas prerrogativas parlamentares, difundiu informações falsas a respeito do processo eleitoral. Entretanto, seu fim maior não era o de simplesmente questionar as urnas eletrônicas, mas se utilizar da aparente dúvida maliciosamente incutida na população a respeito da lisura do pleito para que o plano golpista de Jair Messias Bolsonaro – do qual sempre fez parte – fosse colocado em prática”, destaca trecho do relatório.
O relatório aponta que Zambelli solicitou que Delgatti invadisse o e-mail e o telefone celular do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Após a impossibilidade dessa invasão, ela teria proposto que Delgatti invadisse os sistemas do Poder Judiciário, o que foi realizado. O hacker chegou a expedir um falso mandado de prisão contra si próprio, sugerido pela deputada, no qual constava a assinatura do ministro Alexandre de Moraes.
De acordo com o relatório, a conduta da deputada Carla Zambelli foi pautada exclusivamente pelo que o "bolsonarismo" acreditava, contribuindo decisivamente para os eventos do dia 8 de janeiro de 2023. O documento conclui que a parlamentar deve ser responsabilizada pelos crimes descritos nos artigos 288 (associação criminosa), 359-L (abolição violenta do Estado Democrático de Direito) e 359-M (Golpe de Estado) do Código Penal, por sua adesão subjetiva às condutas criminosas de Jair Messias Bolsonaro e demais indivíduos em seu entorno.
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