"A prioridade é a vacina ou é o absorvente?", diz Damares ao defender veto de Bolsonaro
Ministra da Mulher, Damares Alves, defendeu o veto de Jair Bolsonaro a projeto de lei que prevê distribuição gratuita de absorvente feminino para estudantes de baixa renda de escolas públicas e mulheres em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema
247 - Em meio ao aumento da chamada pobreza menstrual no Brasil, resultado direto do crescimento da miséria no país, a ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, defendeu o veto de Jair Bolsonaro a projeto de lei que prevê distribuição gratuita de absorvente feminino para estudantes de baixa renda de escolas públicas e mulheres em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema.
"Hoje a gente tem que decidir, a prioridade é a vacina ou é o absorvente? As mulheres pobres sempre menstruaram nesse Brasil e a gente não viu nenhum governo se preocupar com isso. E agora o Bolsonaro é o carrasco, porque ele não vai distribuir esse ano", disse.
A situação de aumento da pobreza que assola boa parte da população feminina, gênero mais afetado pelo extraordinário desemprego, faz com que jornais, “pedaços de pano ou folhas de árvores sejam usados de forma improvisada no lugar de um absorvente para conter a menstruação”, detalha a Agência Senado, relatando a situação de pobreza menstrual.
Como destacou o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo Lula, a ministra Damares coloca em discussão um "falso dilema".
"Se a disputa se dá por espaço no orçamento, é só verificar o custo que seria para termos um programa que dá dignidade às mulheres e o custo de eventos sem nenhum significado prático para o país, como motociatas. O dilema posto é falso. Poderia ser cortado gastos com propaganda institucional, por exemplo. Mas nunca afirmar que o veto se dá porque não haveria recursos para vacinação. Isso não faz nenhum sentido", afirmou.
Vale lembrar, ainda, que Damares usa a vacina de forma oportunista, uma que vez que o governo Jair Bolsonaro sabotou a vinda de vacinas contra a Covid-19 para o Brasil, como revelou representante da Pfizer à CPI da Covid; e estimulou uma intensa campanha contra a vacinação para propagar sua ideia de um suposto “tratamento precoce” do vírus, com remédios ineficazes contra a doença.
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