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    Alexandre de Moraes pode determinar medidas contra Bolsonaro em três inquéritos

    Apesar do recuo de Jair Bolsonaro após as manifestações bolsonaristas de 7 de setembro, analistas acreditam que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não vai parar os inquéritos contra o chefe do Executivos e seus apoiadores

    (Foto: ABr)
    Juca Simonard avatar
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    247 - Relator de diversas investigações contra bolsonaristas no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes pode determinar medidas contra Jair Bolsonaro em três inquéritos: o da fake news, o da interferência no comando da Polícia Federal e o que trata sobre suposta invasão hacker a sistemas eletrônicos da Justiça Eleitoral em 2018.

    Em reportagem, a Folha de S. Paulo lembra que “apesar de uma nota - intitulada Declaração à Nação - em que o presidente afirmou ter atacado os Poderes no ‘calor do momento’, o ministro não indicou a pessoas próximas que pretende puxar o freio de mão de nenhuma das investigações que miram Bolsonaro e aliados”.

    Segundo a Folha, a tendência é que Moraes mantenha o ritmo das apurações.

    Antes da carta, nos atos do dia 7 de setembro, Bolsonaro aumentou o tom contra ministros do STF, chamou Moraes de “canalha” e disse que descumpriria decisões. No entanto, ele recuou após a escalada da greve dos caminhoneiros nos dias seguintes.

    As investigações

    Está prevista para este mês a retomada do julgamento sobre o formato do depoimento que Bolsonaro fará no inquérito sobre interferência da PF. Sem o depoimento, a investigação não poderá dar continuidade. Ao sair do Ministério da Justiça, o ex-ministro Sergio Moro denunciou que Bolsonaro interferia na PF para proteger parentes e aliados.

    A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de investigação sobre o caso, listando oito crimes que podem ter sido cometidos: falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, obstrução de Justiça, corrupção passiva privilegiada, prevaricação, denunciação caluniosa e crime contra a honra.

    Além disso, a pedido do TSE, Moraes incluiu Bolsonaro no inquérito das fake news entre os alvos em razão das suspeitas levantadas por ele sobre o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas. Nesse caso, ainda não há ações diretas contra o chefe do Executivo.

    Em uma primeira etapa, Moraes ordenou que fossem ouvidas, na condição de testemunhas, as pessoas envolvidas na live em que Bolsonaro endereçou ataques às urnas eletrônicas, entre elas o ministro da Justiça, Anderson Torres.

    Moraes é também relator de outras apurações que envolvem parentes e apoiadores de Bolsonaro, como a da quadrilha digital, desdobramento do extinto inquérito dos atos antidemocráticos.

    Os investigadores buscam identificar grupos por trás de supostos ataques à democracia na internet, ao determinar a instauração do inquérito, aberto pela PF no mês de julho, Moraes fez menção ao próprio Bolsonaro e a seus filhos. Em outras investigações, Moraes mira os responsáveis pela mobilização e organização das manifestações de 7 de setembro, como o cantor Sergio Reis e o caminhoneiro Zé Trovão, foragido no México.

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