Atacado por Bolsonaro, Moraes prorroga inquérito do STF que investiga milícia digital bolsonarista
A PF apura a existência de uma organização criminosa aliada ao bolsonarismo e que teria como objetivo fazer publicações contra o estado democrático de direito
247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes adiou por mais 90 dias a conclusão do inquérito que investiga a atuação de milícias digitais. A apuração começou em julho de 2021. O prazo da investigação foi adiado pela quinta vez.
A Polícia Federal apura a existência de uma organização criminosa que tem como objetivo fazer publicações contra o estado democrático de direito, defendendo pautas como o fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional. Há suspeita de que o grupo recebeu dinheiro público.
>>> Datafolha 2º turno: Lula tem 53% dos votos válidos e Bolsonaro, 47%
Em fevereiro, a delegada Denisse Ribeiro enviou ao STF uma parte do relatório sobre as investigações e afirmou que uma milícia digital usa a estrutura do chamado "gabinete do ódio", grupo que seria formado por aliados de Jair Bolsonaro (PL) e com atuação dentro do Palácio do Planalto.
"Identifica-se a atuação de uma estrutura que opera especialmente por meio de um autodenominado 'gabinete do ódio': um grupo que produz conteúdos e/ou promove postagens em redes sociais atacando pessoas (alvos) – os 'espantalhos' escolhidos – previamente eleitas pelos integrantes da organização, difundindo-as por múltiplos canais de comunicação [...], especialmente as redes sociais", escreveu a delegada.
Ataques a Moraes
Durante sua gestão, Bolsonaro tentou passar para a população a mensagem de que o Poder Judiciário atrapalham o governo. Ele também defendeu que as Forças Armadas participem da apuração do resultado das eleições. Partidos de oposição denunciaram a possibilidade de uma tentativa de golpe se o candidato do PL for derrotado.
>>> Datafolha: 53% dos eleitores acham que Simone Tebet deve apoiar Lula no segundo turno
Em reportagem de Veja, publicada nesta sexta-feira (7), Bolsonaro voltou a fazer ataques a Moraes, que também é presidente do TSE. "Eu acho que o Supremo exerce um ativismo judicial que é ruim para o Brasil todo. O próprio Alexandre de Moraes instaura, ignora Ministério Público, ouve, investiga e condena. Nós temos aqui uma pessoa dentro do Supremo que tem todos os sintomas de um ditador", disse.
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) criticou as declarações de Bolsonaro.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: