Bolsonaristas tentam invadir prédio da PF após prisão e queimam veículos em Brasília (vídeos)
Moraes ordenou a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, que participava de atos golpistas. PM do DF não fez prisões
247 - Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) tentaram invadir na noite desta segunda-feira (12) a sede da Polícia Federal, em Brasília (DF), após o cumprimento da prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, que participava de atos golpistas. A detenção foi ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE.
Armados com pedaços de pau, os manifestantes colocaram fogo em diversos carros e ônibus no entorno do prédio e tentaram resgatar o indígena de dentro da PF.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) deu tiros de balas de borracha e lançou bombas de efeito moral, mas não efetuou prisões. O senador Randolfe Rodrigues criticou duramente a atitude das forças policiais por omissão e cobrou o governador do DF, Ibaneis Rocha.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diplomado nesta segunda-feira, está em absoluta segurança e em nenhum momento foi exposto a risco, informou o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino.
Antes, Dino havia dito pelo Twitter serem "inaceitáveis a depredação e a tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal em Brasília. Ordens judiciais devem ser cumpridas pela Polícia Federal. Os que se considerarem prejudicados devem oferecer os recursos cabíveis, jamais praticar violência política".
Contexto
Nos últimos anos, o chefe do Executivo federal tentou passar para a população a mensagem de que o Poder Judiciário atrapalha o governo. O chefe do Executivo federal defendeu a participação das Forças Armadas na apuração do resultado das eleições. Partidos de oposição denunciaram publicamente a hipótese de o bolsonarismo tentar um golpe.
No mês passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou o PL em R$ 22,9 milhões após o partido questionar a confiança das urnas eletrônicas.
Bolsonaristas fizeram bloqueios em ruas após o término do segundo turno da eleição presidencial em 30 de outubro, quando Bolsonaro teve 49,1% dos votos e o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhou, com 50,9%.
Críticas ao Judiciário são uma das alternativas do norte-americano Steve Bannon, 69 anos, que tentou na última década fazer partidos de direita chegarem ao poder nos Estados Unidos e em outros países. Em janeiro de 2021, quando Trump perdeu a eleição, vários apoiadores invadiram o Legislativo e acusaram o sistema eleitoral de ser fraudulento.
Bannon, que foi estrategista do ex-presidente Donald Trump, teve um encontro com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA após o segundo turno da eleição no Brasil e aconselhou o parlamentar a questionar o resultado.
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