Bolsonaro desiste de depor e pede que inquérito sobre interferência na PF seja concluído
Por meio da AGU, Jair Bolsonaro exigiu ao STF a conclusão das investigações com o encaminhamento dos autos da PF para o Ministério Público. O relator do pedido será o ministro Alexandre de Moraes. Defesa de Moro, autor da denúncia, se diz "surpresa"
247 - Jair Bolsonaro não irá mais prestar depoimento à Polícia Federal (PF) no inquérito que apura suposta tentativa de interferência dele na autonomia do órgão. Ele abandonou a ideia de esclarecer o assunto e enviou sua decisão para o Supremo Tribunal Federal (STF) pela Advocacia-Geral da União (AGU) nesta quinta-feira, 26.
O inquérito sobre a suposta interferência na PF, denunciado pelo seu ex-ministro Sergio Moro, está paralisado desde 17 de setembro. Uma das causas dessa paralisação era a indefinição sobre o depoimento de Bolsonaro. O ministro Marco Aurélio Mello suspendeu a tramitação do inquérito, decidindo que caberia ao plenário do STF definir se Bolsonaro poderia enviar depoimento por escrito ou, se preferisse, escolher o dia para ser ouvido. A questão ainda não foi resolvida pelo tribunal.
Com o abandono de Bolsonaro em prestar depoimento, o inquérito pode ser retomado. A AGU informou o desejo de "declinar do meio de defesa que lhe foi oportunizado unicamente por meio presencial no referido despacho". O órgão de defesa do governo federal ainda pediu “pronto encaminhamento dos autos à Polícia Federal para elaboração de relatório final a ser submetido, ato contínuo, ainda dentro da prorrogação em curso, ao Ministério Público Federal”.
O pedido sobre a conclusão das investigações será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso desde outubro.
"A defesa do ex-ministro Sergio Moro recebe com surpresa o declínio do presidente da República de atender à determinação para depor em inquérito no qual é investigado", afirma a nota assinada por Rodrigo Sánchez Rios, advogado de Moro no STF.
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