Bolsonaro defende nomeação de Ramagem e diz que 'sonho brevemente se concretizará'
"Eu gostaria de honra-lo no dia de hoje. Eu tenho certeza de que este sonho meu brevemente se concretizará, para o bem da nossa Polícia Federal e do nosso Brasil", disse Bolsonaro no discurso na posse do ministro da Justiça, André Mendonça, e do novo AGU, José Levi
247 - Jair Bolsonaro defendeu nesta quarta-feira, 29, a nomeação do delegado Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal.
Em discurso na solenidade de posse do novo ministro da Justiça, André Mendonça, e do chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Bolsonaro disse que a Polícia Federal não persegue ninguém, "a não ser bandidos".
"Respeito o Poder Judiciário, as suas decisões, mas nós respeitamos principalmente a nossa Constituição. O senhor Ramagem, que tomaria posse hoje, foi impedido por decisão monocrática de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Eu gostaria de honra-lo no dia de hoje. Eu tenho certeza de que este sonho meu brevemente se concretizará, para o bem da nossa Polícia Federal e do nosso Brasil", afirmou Bolsonaro.
Leia também reportagem da agência Reuters sobre o assunto:
Bolsonaro desiste de nomear Ramagem para PF e delegado retorna para Abin
BRASÍLIA (Reuters) - Depois de liminar do Supremo Tribunal Federal impedindo a posse de Alexandre Ramagem para a diretoria-geral da Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro desistiu da nomeação e a tornou sem efeito, retornando o delegado para a diretoria da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que comandava até agora.
O Palácio do Planalto publicou no início da tarde desta quarta-feira uma edição extra do Diário Oficial da União tornando sem efeito a nomeação de Ramagem para a PF e sua exoneração da Abin.
Em nota, a Advocacia Geral da União informou que não apresentará recurso contra de decisão de Alexandre de Moraes.
Não há ainda um novo nome para comandar a PF.
Ramagem tomaria posse na tarde desta quarta, ao mesmo tempo em que o novo Ministro da Justiça, André Mendonça, e o novo advogado-geral da União, José Levi. A posse dos ministros foi confirmada, mas sem o delegado, depois da liminar de Alexandre de Moraes.
O ministro do STF acatou um pedindo feito pelo PDT para impedir a posse do delegado alegando as relações próximas entre ele e a família do presidente e o risco de Bolsonaro interferir politicamente na PF.
Segundo Moraes, a liminar se justificava pelo prejuízo que poderia ser causado pela demora em uma decisão, já que a posse estava marcada para a tarde desta quarta-feira, e pelos sinais relevantes de um possível comprometimento de Ramagem.
Ramagem assumiu a segurança de Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018, depois que o então candidato levou uma facada, em Juiz de Fora (MG). Durante a campanha, se tornou próximo da família de Bolsonaro, especialmente de um dos filhos, o vereador Carlos Bolsonaro.
No início de 2019 foi nomeado para o cargo de assessor especial da Secretaria de Governo da Presidência e, em junho do mesmo ano, foi indicado para dirigir a Abin.
Sua nomeação para a Polícia Federal veio depois da decisão de Bolsonaro de demitir Maurício Valeixo, o ex-diretor-geral, e que levou à saída do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. Ao deixar o governo, Moro acusou Bolsonaro de querer a saída de Valeixo para ter meios de interferir politicamente na PF.
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