Celso de Mello repudia envolvimento de militares em plano golpista e cita a Revolta dos Sargentos
Centenas de militares foram presos durante a rebelião dos anos 60 mencionada pelo jurista
247 - Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, o jurista Celso de Mello repudiou o envolvimento de um agente da Polícia Federal e de quatro militares num plano golpista que, de acordo com a PF, tinha como um dos objetivos o de assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
O jurista mencionou a Revolta dos Sargentos, que aconteceu no estado do Rio de Janeiro em 1915. Centenas de militares foram presos acusados de planejarem um golpe militar. Eles teriam como argumento o de que era necessária mais estabilidade para a categoria. Os relatos do estudioso foram publicados no Blog do Fausto Macedo.
Outra revolta de mesmo nome ocorreu em 1963 e foi a guerra mencionada por Celso de Mello para comparar com a operação da PF atualmente. Naquele ano, década de 60, mais de 500 militares teriam sido presos no Distrito Federal após o Exército sufocar a revolta. Eles pediam mais representatividade no Legislativo.
De acordo com o jurista, a tentativa de golpe descoberta pela PF atualmente é um crime "inaceitável porque o respeito indeclinável à Constituição e às leis da República representa, no regime democrático, limite inultrapassável a que se devem submeter os agentes do Estado e as próprias Forças Armadas!".
"A notícia sobre a prisão de Oficiais do Exército, inclusive a de um general reformado, supostamente envolvidos em gravíssimo e sórdido plano sedicioso (e criminoso) que objetivava, no contexto de um pretendido golpe de Estado, assassinar o Presidente Lula, o Vice-Presidente Alckmin e o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, permite afirmar, quanto a tal evento, que é a História repetindo-se como 'farsa', para relembrar a frase de Karl Marx, logo no primeiro parágrafo de seu conhecido trabalho 'O 18 Brumário de Luís Bonaparte' (1852)!", escreveu Celso.
"Refiro-me ao episódio que ficou conhecido como 'A Revolta dos Sargentos' e em cujo contexto sobrevieram a detenção e o sequestro de um Ministro do Supremo Tribunal Federal por militares da FAB e da Marinha (Sargentos e Cabos amotinados) , que o conduziram até a Base Aérea de Brasília (o sequestro ocorreu no 'Trevo da Sarah' ou em suas proximidades)".
A PF prendeu o agente da corporação Wladimir Soares e mais 4 militares - o general de brigada Mario Fernandes (na reserva), o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, major Rafael Martins de Oliveira e o também major Rodrigo Bezerra Azevedo.
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