Gabinete de Bolsonaro deputado teve incomum rotatividade salarial de assessores
Análise de documentos relativos aos 28 anos de vida parlamentar de Jair Bolsonaro revela movimentações estranhas, como exonerações e recontratações no mesmo dia e salários até quadruplicados que depois eram reduzidos a menos da metade
247 – Enquanto deputado federal por 28 anos, Jair Bolsonaro registrou uma rotatividade intensa e incomum de assessores, atingindo um a cada três dos mais de cem funcionários que passaram pelo gabinete do parlamentar na época, entre os anos de 1991 e 2018, segundo documentos analisados por reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
A Câmara dos Deputados proibiu, por ser considerada lesiva aos cofres públicos, a prática também identificada no gabinete de Bolsonaro de exonerar e recontratar auxiliares no mesmo dia.
Alguns assessores tiveram seus salários dobrados, triplicados ou quadruplicados em um único dia, segundo consta nos boletins administrativos da Câmara dos Deputados. Os subsídios também foram reduzidos a menos da metade pouco tempo após registrar um aumento, aponta a reportagem.
Flávio Bolsonaro, quando ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), empregou nove assessores antes lotados na Câmara dos Deputados, no gabinete de Jair Bolsonaro. A identificação só foi possível após a justiça autorizar a quebra do sigilo dos funcionários de Flávio na Alerj, na investigação sobre “rachadinha” - prática que consiste no desvio de dinheiro público por meio da apropriação de parte do salários de funcionários.
Entre os nove assessores identificados no gabinete de Flávio Bolsonaro, pelo menos seis constam na lista dos que tiveram intensa movimentação salarial promovida por Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.
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