Gleisi Hoffmann e Odair Cunha pedem arquivamento do PL da Anistia
Segundo Gleisi e Cunha, a continuidade da tramitação do projeto é “inoportuna e inconveniente para o processo democrático e paz nacional”
247 - A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, e o líder do partido na Cãmara dos Deputados, Odair Cunha, apresentaram nesta quarta-feira (19) um requerimento ao presidente da Câmara, Arthur Lira, solicitando o arquivamento do projeto de lei 2.858, o PL da Anistia. O texto, apoiado por parlamentares bolsonaristas, propõe a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Segundo Gleisi e Cunha, a continuidade da tramitação do projeto é “inoportuna e inconveniente para o processo democrático e paz nacional”. No documento, os deputados afirmam que o PL não contribui para a reconciliação e pode reforçar o estímulo à radicalização de grupos extremistas.
O requerimento cita como justificativa os recentes ataques à sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e as descobertas feitas pela Polícia Federal durante as investigações do 8 de janeiro. Um dos pontos centrais levantados pelos parlamentares é que a proposta de anistia poderia beneficiar figuras diretamente envolvidas nos ataques e em planos golpistas.
“O recente atentado a bomba contra a sede do STF, bem como as revelações de planos para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, demonstram o caráter gravíssimo dessa trama. A tramitação do projeto é um estímulo à impunidade e à radicalização de grupos extremistas”, afirmam.
O texto do requerimento também destaca os resultados da “Operação Contragolpe”, conduzida pela Polícia Federal, que revelou a existência de um plano intitulado “Punhal Verde e Amarelo”. Elaborado pelo general Mário Fernandes, o plano incluía ações como o uso de armamento pesado e a tentativa de envenenar lideranças políticas.
Entre os presos durante a operação estão cinco militares, além da apreensão de documentos detalhando a execução de um golpe de Estado, que previa a criação de um “gabinete institucional de gestão de crise” liderado pelos generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto.
“Esses indivíduos não podem ser beneficiados por anistias que só reforçam a percepção de impunidade, deslegitimando nossas instituições democráticas”, argumentaram Gleisi e Cunha no requerimento.
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