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    Investigações sobre vandalismo em Brasília podem chegar a Bolsonaro. “Que ele responda na forma da lei”, diz Paulo Pimenta

    Ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência considera que a articulação de Lula com demais poderes e governadores mostra que a democracia saiu fortalecida

    Paulo Pimenta (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil | REUTERS/Adriano Machado)

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    Cristiane Sampaio, do Brasil de Fato - A sucessão de fatos relacionados às investigações e medidas tomadas diante dos atos antidemocráticos deixou o cenário político ainda mais efervescente nessas últimas horas, especialmente após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinar a prisão do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Fabio Augusto Vieira e do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres. As novidades fizeram o cerco ao movimento golpista se fechar e chamaram a atenção para a possibilidade de as próximas medidas atingirem o ex-presidente da República.

    Jair Bolsonaro (PL) é apontado no mundo político como o principal incentivador das ações extremistas e responsável direto pela avalanche de destruição que vandalizou os prédios dos três Poderes no domingo (8). As apurações em andamento envolvem diferentes conexões entre atores que teriam relação com o ocorrido.

    “Eu espero que as investigações sejam concluídas, que tudo aquilo que nós estamos assistindo possa ser fruto de uma apuração rigorosa e que os responsáveis sejam identificados e punidos – os financiadores, os que estimularam, os que apoiaram. Se eventualmente as investigações chegarem à figura do Bolsonaro e sua família, que ele seja responsabilizado criminal e civilmente e responda na forma da lei por todas as irregularidades e crimes que ele possa ter cometido”, disse o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, em entrevista ao Brasil de Fato na noite desta terça-feira (10).

    Questionado pela reportagem, o mandatário evitou avaliar as medidas tomadas por Moraes, mas afirmou que, além de pedagógicas, as prisões determinadas pelo magistrado ajudam a demarcar os limites necessários entre “o que é considerado liberdade de expressão, oposição e o que é uma ação organizada contra a Constituição Federal, a democracia e o funcionamento das instituições”.

    “O ministro é o responsável [pelo inquérito], tem autoridade para condução dessa investigação e nós vamos aguardar os desdobramentos da Justiça. Não cabe ao Poder Executivo fazer julgamentos sobre as decisões do Poder Judiciário. Nós vamos aguardar a apuração de todos os fatos e que possam ser explicados, quando esse inquérito for incluído, a real participação e o comprometimento de cada um desses agentes públicos”, emendou Pimenta.

    O ministro também comemorou a articulação que ocorre desde segunda (9) entre Lula e diferentes outros interlocutores do ambiente político governamental e institucional. O presidente se reuniu com chefes dos demais Poderes, comandantes das Forças Armadas e os 27 governadores. Também conversou com chefes de Estado de diversas partes do mundo, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.  

    “Foi uma grande demonstração institucional de compromisso com o funcionamento das instituições. Mais do que isso, um compromisso de todos e de todas de que o Brasil não pode tolerar qualquer tentativa autoritária, e essa resposta está sendo dada. Este é o recado: a democracia sai fortalecida. O Brasil responde – e o mundo inteiro assiste – que a democracia prevaleceu”, avalia Pimenta.

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