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Lula é aconselhado a nomear novo presidente do BC para "esvaziar" poder de Campos Neto

Mesmo com mandato até o final do ano, Campos Neto poderia perder sua influência caso Lula indicasse antecipadamente quem será o próximo presidente do Banco Central

Banco Central e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: ABR | REUTERS/Adriano Machado)

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247 - Diante do atual clima político e econômico do Brasil, o presidente Lula (PT) tem sido aconselhado a antecipar a nomeação do próximo presidente do Banco Central (BC). A medida, recomendada por alguns de seus conselheiros mais próximos, visa "esvaziar" Roberto Campos Neto, reduzindo a influência do atual presidente do BC no debate, informa Igor Gadelha, do Metrópoles

A presidência de Campos Neto, que se iniciou em fevereiro de 2019, é marcada por uma série de políticas que têm sido alvo de críticas do governo Lula. No centro da controvérsia está a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em níveis considerados elevados pelo governo, uma decisão que, segundo Lula, impede o crescimento econômico e dificulta a criação de empregos. Além disso, Lula já foi alertado de que Campos Neto tem feito uma espécie de 'terrorismo econômico', colocando o mercado contra o governo.

Com o fim do mandato de Campos Neto se aproximando, conselheiros de Lula sugerem que o presidente antecipe a escolha de seu sucessor. A estratégia tem como objetivo "esvaziar" o poder de Campos Neto. Essa antecipação pode proporcionar uma transição mais suave e minimizar a resistência às futuras diretrizes econômicas do governo.

O Banco Central do Brasil, sob a liderança de Campos Neto, manteve uma política monetária conservadora, justificando a manutenção da Selic alta como necessária para controlar a inflação. No entanto, essa abordagem tem sido vista por críticos como um obstáculo ao crescimento econômico. Lula, em diversas ocasiões, expressou sua frustração com a postura do Banco Central, argumentando que a política de juros elevados prejudica os setores produtivos e os consumidores. Recentemente, a inflação tem mostrado sinais de desaceleração, o que, segundo os defensores de uma redução dos juros, deveria permitir um corte mais agressivo na Selic. 

Além das divergências econômicas, a relação entre Lula e Campos Neto é marcada por tensões políticas. Campos Neto, indicado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), tem sido percebido como um representante das políticas econômicas do governo anterior. A autonomia do Banco Central, formalizada em 2021, complicou ainda mais essa relação, ao blindar o presidente do BC.

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