Ministério dos Direitos Humanos apura uso indevido de canais da pasta no caso de assédio envolvendo Sílvio Almeida
Apurações determinadas pela ministra Macaé Evaristo estão sob a responsabilidade da Corregedoria do ministério
247 - A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, determinou a abertura de uma investigação para apurar o uso dos canais da pasta em defesa do ex-ministro Silvio Almeida, que enfrenta acusações de assédio sexual, entre elas, as denunciadas por Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial. As apurações estão sob a responsabilidade da Corregedoria do ministério.
Segundo o jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, o procedimento, denominado investigação preliminar sumária (IPS), foi instaurado para determinar a autoria e a materialidade das notas divulgadas nos canais da pasta na noite de 5 de setembro de 2024.
Na ocasião, foram publicadas notas informando sobre o envio de pedidos de investigação das denúncias para a Presidência da República, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Controladoria-Geral da União (CGU). Uma das notas também questionava a credibilidade da organização Me Too, que havia recebido denúncias contra o ex-ministro, e afirmava que a entidade tinha um “histórico relacional controverso perante as atribuições desta pasta” e que supostamente havia tentado interferir na nova licitação do Disque 100.
A situação de Almeida se complicou ainda mais com a pressão da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, que manifestou seu apoio à ministra Anielle Franco. Silvio Almeida foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia seguinte às acusações, em 6 de setembro.
Anielle Franco foi ouvida pelos ministros e relatou experiências de importunação sexual por parte de Almeida, que foi denunciado por mais seis mulheres em um período de um mês.
Após a saída de Silvio Almeida, a ministra Esther Dweck, que assumiu interinamente o ministério, determinou que todo o conteúdo relacionado ao caso fosse apagado.
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