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    Moro ficará na história como um ex-juiz que perseguiu a OAB, diz advogada

    Para o coletivo Advogados e Advogadas pela Democracia, pedido de investigação feito pelo ministro da Justiça contra Felipe Santa Cruz é "ato desesperado"

    Jair Bolsonaro e Sergio Moro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

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    Da Rede Brasil Atual – O pedido do ministro da Justiça, Sergio Moro, para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) instaure inquérito para investigar o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, por suposto crime de calúnia, é um ato “autoritário e desesperado”, na avaliação da advogada Tânia Mandarino, integrante do coletivo Advogados pela Democracia. “O pedido do Moro é desesperado. Outros membros do Legislativo, quando ele foi sabatinado, chamaram Moro de coisa pior. Agora, só porque o Santa Cruz não possui imunidade parlamentar, ele descontará sua raiva nele. Moro ficará na história como um ex-juiz que perseguiu a OAB”, afirmoa, em entrevista aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, na Rádio Brasil Atual.

    O crime, segundo Moro, foi uma fala de Santa Cruz ao dizer que o ministro “banca o chefe de quadrilha” nas investigações sobre o suposto hacker acusado de invadir aplicativos de celulares do ministro e de outras autoridades. Para o ex-juiz, caberá a PGR apurar o caso e “solicitar as providências necessárias voltadas à responsabilização”.

    Tânia endossou a fala de Santa Cruz e critica o fato de o ministro ainda comandar as investigações, mesmo após os vazamentos do Intercept. Para ela, Moro está em processo de “fritura” no governo. “A gente se pergunta como é que pode uma pessoa que está sendo investigada, com acusações graves, pode seguir à frente das investigações como ministro da Justiça. Só a palavra ‘insanidade’ vem à mente. Ele estar à frente das investigações que o acusam é uma coisa que não aconteceria jamais num Estado democrático”, diz.

    ‘Lula é preso político’

    A Associação Juízes para a Democracia (AJD) enviou ontem (8) carta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, numa tarde em que 30 juízes e desembargadores passaram pela Vigília Lula Livre, instalada desde 7 de abril do ano passado, quando o petista foi levado à sede da Polícia Federal, em Curitiba. O documento, entregue a Lula pelos escritores Fernando Morais e Raduan Nassar, manifesta solidariedade e reconhece sua prisão como política.

    Para a advogada, em meio ao atual estado onde predomina o autoritarismo, a postura dos juízes da AJD é corajosa.  “Nós estivemos com eles e muitos sofrem representações no CNJ. Isso firma um posicionamento esperançoso, pois são representantes do Judiciário que assumem que Lula é preso político”, afirmou.

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