Ronaldo Caiado e Sandro Mabel compraram votos com cestas básicas, aponta Justiça Eleitoral. Governador nega
A decisão também ocorre num contexto de influência política de Jair Bolsonaro e do governador de Goiás, que apoiam candidaturas diferentes em Goiânia
247 - A juíza Maria Umbelina Zorzetti, da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia, afirmou que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União) e seu candidato à prefeitura da capital, Sandro Mabel (União Brasil), usaram de forma ilegal a máquina pública para a compra de votos em troca de cestas básicas. A campanha de Fred Rodrigues (PL), adversário de Mabel, foi a responsável pela ação contra Madel. A decisão judicial também ocorre num contexto de influência política de Jair Bolsonaro (PL) e do chefe do Executivo estadual na eleição municipal, onde o ex-mandatário apoia o candidato do PL.
A suposta compra de votos teria acontecido entre os dias 17 e 20 de outubro. O postulante ao Executivo municipal pode ter o diploma cassado se for eleito no próximo domingo (27) e, depois da eleição, a Justiça Eleitoral comprovar a compra de votos.
A Justiça determinou que o governador e o candidato a prefeito “se abstenham de realizar atos políticos partidários praticando conduta vedada, em específico a entrega de benefícios eventuais com pedido de voto cumulada com a entrega de material de campanha”. Foi o que apontaram informações publicadas nesta sexta-feira (25) pelo jornal Valor Econômico.
“Verifica-se que as condutas praticadas pelo Governador Ronaldo Caiado, em conjunto com o candidato Sandro Mabel, estão fazendo uso da máquina pública para angariar apoio político por meio do oferecimento de cestas básicas em troca de voto, configurando à prática de conduta vedada e abuso de poder político, haja vista que o Governador faz uso de seu cargo e da sua autoridade para interferir no resultado das eleições”, escreveu a magistrada na decisão.
Em nota, o governo de Goiás afirmou que a entrega dos mantimentos faz parte do programa Goiás Social e a distribuição das cestas é aberta ao público. “O Goiás Social é programa de perfil continuado, realizado em todo o Estado há mais de quatro anos. Os eventos, com entrega de benefícios à população em vulnerabilidade, sempre foram abertos ao público. Prova disso é que cabos eleitorais ligados ao candidato do PL atuaram nas proximidades deles, como admite a própria decisão. Contudo, para evitar qualquer tipo de interpretação dúbia, o governador Ronaldo Caiado já havia se antecipado e determinado a suspensão do programa desde a última segunda-feira (21/10)”.
Caiado é ex-aliado de Bolsonaro, que teve 58,7% (2,1 milhões) dos votos em Goiás na eleição de 2022. O atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), recebeu 41,29% (1,5 milhão) dos votos. No Centro-Oeste, o petista perdeu por 60,21% e 39,79%. Também foi derrotado em três outras regiões - Norte (51,03% a 48,97%), Sudeste (54,26% a 45,74%) e Sul (61,84% a 38,16%). No Brasil como um todo, Lula ganhou por 50,9% a 49,1% no segundo turno.
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