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    Guinada de ala do PDT à direita tem o aval de Ciro, diz Cid Gomes

    "Eu acho que essa turma acaba saindo do PDT", avalia o senador. Grupo é encabeçado por Roberto Cláudio, pupilo de Ciro Gomes

    Ciro (à esq.) e Cid Gomes (Foto: Adriano Machado - Reuters / Agência Senado)

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    247 - Irmão de Ciro Gomes (PDT), o senador Cid Gomes (PSB-CE) trouxe à tona a confirmação do que já se percebia dos bastidores da política cearense: Ciro teria acenado positivamente à movimentação à direita do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), que, surpreendendo eleitores e colegas de partido, apoiou abertamente o candidato bolsonarista André Fernandes (PL) nas eleições para a Prefeitura de Fortaleza. À Folha de S. Paulo, Cid Gomes detalhou os motivos e consequências dessa inesperada aliança, além de comemorar a vitória de Evandro Leitão (PT), que derrotou Fernandes em uma disputa acirrada, decidida por menos de 11 mil votos.

    O embate em Fortaleza não se restringiu ao duelo entre Leitão e Fernandes; o PDT, tradicionalmente identificado com uma postura de centro-esquerda, enfrentou uma cisão visível. Roberto Cláudio, pupilo de Ciro Gomes, foi um dos principais nomes a romper com a neutralidade oficial do partido, apoiando Fernandes, ao lado de outros pedetistas influentes. "Ele [Ciro]tem o Roberto Cláudio como um pupilo. E pelo visto está concordando com esse movimento à direita". A decisão gerou desconforto na sigla e levou o presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, a publicar um vídeo manifestando apoio a Leitão. Para o senador Cid, “essa turma acaba saindo do PDT. Esse passo que o Roberto deu rumo à direita é um passo sem volta”. Ele acredita que a guinada de Roberto Cláudio indica um futuro em partidos do Centrão, onde poderá buscar novos espaços de liderança política.

    Cid também aponta que a postura de Ciro, que preferiu se afastar do embate direto no segundo turno, reflete uma tendência de atuar nos bastidores e orientar aliados que, como Roberto Cláudio, flertam com posicionamentos à direita. “Eu acho que o Ciro está numa vibe de cada vez mais ficar em bastidor”, afirmou o senador.

    Outro ponto de destaque foi a resiliência de Evandro Leitão, que conseguiu reverter a desvantagem do primeiro turno — onde recebeu 34,33% dos votos, enquanto Fernandes somou 40,2%. Apesar do peso do apoio de Roberto Cláudio e do ex-candidato Capitão Wagner (União Brasil) a Fernandes, Cid atribui a vitória de Leitão a uma ampla mobilização de prefeitos do interior, que se intensificou nos últimos dias da campanha. Para ele, o empenho de cerca de 150 prefeitos na reta final “foi decisivo” para a vitória de Leitão, garantindo o resultado apertado, mas vitorioso.

    A divisão no PDT de Fortaleza pode sinalizar uma nova fase para o partido, agora diante da necessidade de reavaliar seu posicionamento e unidade diante de um cenário eleitoral polarizado. Para Cid Gomes, esse movimento pode levar a um afastamento de figuras como Roberto Cláudio, que busca fortalecer laços em um campo político distinto daquele historicamente defendido pela sigla.

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