Caso Genivaldo de Jesus Santos: ONGs querem que União pague indenização de R$ 128 milhões
Duas associações pediram o mesmo valor pago à família de George Floyd (US$ 27 milhões), morto nos EUA por asfixia
247 - As Organizações Não-Governamentais (ONGs) Educafro Brasil e Centro Santo Dias de Direitos Humanos querem que a União indenize em R$ 128 milhões a família de Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, morto na quarta-feira (25) por asfixia ao ser colocado dentro do porta-malas, com gás de pimenta, em uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF). As entidades pediram o mesmo valor pago à família de George Floyd (US$ 27 milhões), morto na mesma data de Genivaldo, mas em 2020, nos Estados Unidos. Em valores atuais, o valor pedido é de R$ 128 milhões. A ação será impetrada na Justiça Federal de Sergipe. O teor da petição foi publicado nesta sexta-feira (27) pela coluna de Carlos Madeiro, no portal Uol.
De acordo com advogado da ação coletiva Márlon Reis, doutor em Sociologia Jurídica, o pedido de indenização foi elaborado "com base no que foi fixado nos Estados Unidos para o George Floyd porque Genivaldo de Jesus, assim como ele, também era negro, foi morto pela polícia, por asfixia, e exatamente na mesma data, embora com a diferença de dois anos".
As institituições destacaram que os policiais transformaram o porta-malas "em câmara de gás por meio do bombeamento de grande quantidade de fumaça tóxica, causando a morte por asfixia do cidadão negro totalmente indefeso e desarmado".
Morto por policiais rodoviários federais, Genivaldo era aposentado, casado e deixa um filho de sete anos. Ele era uma pessoa conhecida e querida na cidade.
Em nota, a PRF de Sergipe diz que Genivaldo "resistiu ativamente a uma abordagem de uma equipe da PRF". As imagens mostraram ele imobilizado pelos policiais.
A corporação afirmou que, em razão de sua "agressividade", foram empregadas "técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo para sua contenção e o indivíduo foi conduzido à delegacia da polícia civil da cidade".
A PRF não explicou quais seriam essas técnicas e instrumentos.
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