Jaques Wagner a Moro: foi medida sensacionalista divulgar conversas grampeadas de Dilma?
Senador do PT da Bahia invoca a palavra usada frequentemente pelo ministro em depoimento no Senado ao se referir às publicações do Intercept, que chama de "sensacionalistas", e questiona o ex-juiz sobre a divulgação das conversas da então presidente no Jornal Nacional
247 - O senador Jaques Wagner (PT-BA) questionou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, se ele não achou "sensacionalista" a divulgação dos grampos da então presidente Dilma Rousseff com o ex-presidente Lula no Jornal Nacional, da TV Globo, pela Lava Jato em abril de 2016. A indagação foi feita nesta quarta-feira 19 durante audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, onde Moro depõe.
"O ministro insiste em desqualificar o site e chamá-lo de sensacionalista. O site já ganhou o 'Oscar do jornalismo' com a revelação dos 'wiki leaks'. O combate à corrupção é pré-requisito para qualquer pessoa na vida pública. A melhor forma é responder o que está sendo revelado. Foi uma medida sensacionalista divulgar conversas grampeadas de Dilma? Colocar no pelourinho a dignidade de pessoas que deveria ser mantido em sigilo? Como no caso da Escola Base, por exemplo, que não tem nada a ver com Vossa Excelência", disse Wagner.
"Pensa em se afastar do cargo para não prejudicar as investigações se ela for para a Polícia Federal?", indagou ainda.
Antes disso, Moro por diversas vezes se referiu ao site The Intercept, responsável pela divulgação das conversas vazadas entre o ex-juiz e a força-tarefa da Lava Jato, como "sensacionalista".
"O impacto inicial decorrente do sensacionalismo da divulgação dessas notícias geraram uma repercussão indevida e o tempo está colocando as coisas no seu devido lugar. Há divulgação sensacionalista e isso coloca em questionamento quais as motivações", respondeu Moro.
Jaques Wagner voltou a cobrar: "o senhor ainda não respondeu se foi sensacionalista a divulgação dos áudios de Dilma". "O senhor acha de bom tom deixar o cargo para as investigações?", repetiu o senador.
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