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    Lula defende mais indústrias e subsídios para o Nordeste

    Lula defendeu corrigir as disparidades regionais e históricas do Brasil com mais investimentos de qualidade no Nordeste

    Lula e Fátima Bezerra (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

    247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou nesta quarta-feira (16) que o governo federal continuará investindo na Região Nordeste. O PIB nordestino deverá crescer 3,4% em 2024, um avanço maior do que a média nacional, que é de 3%, segundo projeção do Banco do Brasil. O cenário mostra a resiliência da atividade econômica do país, especialmente da Região, com crescimento nos setores industrial e de serviços. Em evento no Rio Grande do Norte, o chefe de Estado anunciou investimentos de mais de R$ 647 milhões para a educação no estado (melhorias e novas construções em institutos e universidades federais, hospitais universitários e escolas da educação básica).

    "Estava cansado de ler na imprensa que, quando se falava de mortalidade infantil, analfabetismo, pobreza, o Nordeste era o primeiro colocado. Não quero tirar nada de nenhum estado. Quero que todos tenham a mesma chance. Senão nenhuma indústria, nenhuma universidade quer o Nordeste. Investimento no Nordeste não é favor, é justiça", afirmou Lula durante evento no Rio Grande do Norte.

    Em seu discurso, o chefe de Estado também fez um aceno para a população: "Não sou presidente, eu sou vocês, que presidem este país, que ajudam a construir políticas públicas. Os entes federados têm que ter chance de crescer."

    Na cerimônia, o ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, ao lado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, lançará a pedra fundamental de três novos campi do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), nos municípios de São Miguel, Touros e Umarizal. Atualmente, o IFRN conta com 23 unidades, sendo 22 campi e um polo de inovação.

    Universidades e institutos federais

    Por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), o governo federal investirá na expansão e consolidação da educação no Rio Grande do Norte. Serão R$ 108 milhões para as universidades federais e R$ 88,6 milhões para o IFRN. Os repasses contemplarão a construção e ampliação de hospitais universitários, a criação de novos campi do IFRN, bem como a consolidação das unidades existentes.

    Além disso, o estado receberá R$ 450 milhões de aporte do Novo PAC para a educação básica. Esse montante custeará creches (R$ 181,9 milhões em 41 municípios); escolas de tempo integral (R$ 235,3 milhões em 24 municípios); e ônibus escolares (R$ 32,7 milhões em 69 municípios).

    Ao todo, para melhoria da infraestrutura das universidades federais do Rio Grande do Norte, serão investidos R$ 68 milhões na consolidação. Os recursos beneficiarão a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com R$ 44 milhões, e a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), com R$ 24,7 milhões. Além disso, serão repassados R$ 40 milhões para reforma e ampliação de hospitais universitários, entre eles o Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN).

    Dos 100 novos campi de institutos federais que estão sendo financiados pelo Novo PAC, três estão localizados no Rio Grande do Norte. Quando estiverem em funcionamento, essas unidades oferecerão 4,2 mil novas vagas, majoritariamente de cursos técnicos integrados ao ensino médio. O IFRN tem mais de 80% de execução. Os novos campi têm investimento estimado em R$ 25 milhões cada, sendo R$ 15 milhões para infraestrutura e R$ 10 milhões para aquisição de equipamentos e mobiliário.

    Até 2026, o Ministério da Educação (MEC) terá investido R$ 13,6 milhões para consolidação dos campi existentes do IFRN, com foco nos que ainda não têm infraestrutura completa (restaurantes estudantis, bibliotecas, salas de aula, laboratórios e quadras poliesportivas).

    Desse montante, de 2023 até o primeiro semestre deste ano, o MEC já repassou R$ 9,1 milhões ao IFRN. Outros R$ 4,5 milhões estão previstos até 2026 para construção de restaurantes estudantis nos campi Natal Central, Natal Cidade Alta, Parnamirim e Jucurutu, além de uma biblioteca no campus Natal Cidade Alta.

    Estatísticas do Nordeste

    Segundo projeção feita pelo Banco Central, a Paraíba deverá crescer 6,8%, a maior taxa entre todos os estados brasileiros. Rio Grande do Norte (4,4%), Ceará (4,2%), Maranhão (4,1%) e Piauí (3,2%) apresentam estimativas de crescimento acima da média nacional.

    No setor industrial, o Rio Grande do Norte deve ter crescimento de 10,1%. Ceará (6,5%), Paraíba (5,6%), Pernambuco (5,3%) e Piauí (5,2%) também estão entre os estados com previsão de crescimento superior à regional, enquanto a Bahia apresenta a mesma previsão da região (5%).

    No setor de serviços, o PIB do Nordeste também crescerá acima da projeção para o país. O Brasil avançará 3,3%, enquanto a região crescerá 3,8%, segundo a projeção.

    Chama atenção o fato de a estimativa para o crescimento do PIB do Nordeste superar a média nacional, mesmo com a contração no setor agropecuário. Aliás, isso se repetirá em 17 das 27 Unidades Federativas do país. O Nordeste deverá registrar uma queda de 2,2%, muito em função do clima. Houve essa queda mesmo com o Ceará (9,4%), Rio Grande do Norte (9,8%) e Paraíba (6,7%) apresentando previsão de forte crescimento.

    "O fato de eles serem contíguos corrobora a impressão de ser algo relacionado ao clima. Mas há previsão de recuperação do setor agropecuário em 2025", destacou o economista José Farias, coordenador de Estudos e Pesquisas, Avaliação, Tecnologia e Inovação (com Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste).

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