Ministra vai à região da Bahia ocupada por indígenas que foi atacada por ruralistas
Viagem da ministra Sônia Guajajara acontece após o assassinato de uma indígena Pataxó Hã Hã Hãe por ruralistas na região da Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu
247 - A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, embarca nesta segunda-feira (22) para a região da Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, na Bahia, para acompanhar as investigações do ataque realizado por ruralistas aos indígenas da comunidade Pataxó Hã Hã Hãe. O ataque, acontecido no domingo(21), resultou em uma pessoa morta e vários feridos. Ao menos duas pessoas foram presas por envolvimento no crime.
O Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas divulgou uma nota informando que o MPI tem acompanhado o caso desde as primeiras informações e está em diálogo com diversos órgãos governamentais, incluindo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Polícia Federal, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e a Secretaria de Segurança da Bahia.
Os representantes do Ministério, que recentemente estiveram na região sul da Bahia discutindo questões territoriais com as lideranças Pataxó Hã Hã Hãe, também estão em contato com a Coordenação do Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia para garantir cuidados médicos aos feridos.
O conflito atingiu um ponto crítico no domingo, quando um grupo de ruralistas autointitulado “Invasão Zero” se mobilizou por meio de aplicativos de mensagens para retomar a Fazenda Inhuma, no município de Potiraguá, uma área reivindicada pelos Pataxó Hã Hã Hãe como de ocupação tradicional. Cerca de 200 fazendeiros cercaram o local e abriram fogo.
O cacique Nailton Muniz foi atingido no rim e passou por cirurgia no Hospital Cristo Redentor, em Itapetinga. Infelizmente, sua irmã, Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó, foi a vítima fatal do ataque. Entre os feridos, uma mulher teve o braço quebrado, mas outros hospitalizados não correm risco de morte.
Segundo o jornal A Tarde, dois fazendeiros foram detidos, incluindo o autor dos disparos que vitimaram Nega Pataxó, e um indígena que portava uma arma artesanal. Um fazendeiro também foi ferido com uma flechada no braço, mas está estável, segundo informações da Polícia Militar.
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