Adolescente morto no Rio foi executado por PM quando já estava caído no chão, diz tio
Familiares acusam a PM de adulterar as gravações do momento da morte do jovem de 13 anos e negam alegações de que ele estava portando uma pistola: "policiais forjaram um tiroteio"
247 - O jovem Thiago Menezes Flausino, de apenas 13 anos, morto em uma operação policial na madruagada desta segunda-feira (7) no Rio de Janeiro, teria sido executado por um policial militar quando já estava caído no chão, de acordo com relato de seu tio, Hamilton Bezerra Flausino.
“O Thiaguinho estava passeando de moto com um amigo, saindo da Cidade de Deus, que foi abordada já a tiro. Um tiro pegou na perna, o Thiaguinho caiu, aí a gente tem um trechinho da imagem, que vê o Thiago no chão, ainda vivo, e o policial acaba de executar ele”, descreveu Hamilton, de acordo com o portal g1.
A mãe do garoto, Priscila Menezes, está abalada “com o fato de estarem acusando uma criança de 13 anos de ser envolvida com tráfico” e ressalta que “ele não era nada. Ele era apenas um adolescente ceifado por essa necropolítica que a gente tem no nosso estado. Mais uma vítima que entra para a estatística".
A PM alegou que Thiago e o amigo que pilotava a moto estavam com uma pistola, mas a família nega: “a polícia divulgou a ocorrência registrada na Delegacia de Homicídios. E eles afirmaram que fugiram da moto, segundo a informação dos policiais. Claro, já tinham tiros, já estavam dando tiros. E aí eles caem, segundo os policiais. E que um desses garotos que estavam na moto teria atirado. Impossível, impossível, impossível, impossível”.
Hamilton ainda afirmou que a polícia forjou um suposto tiroteio para incriminar o jovem: “não teve tiroteio, não teve tiroteio. Até porque o pessoal foi se chegando para fazer tipo uma manifestação ali. Nós, familiares, já estávamos ali, chegamos muito rápido. Então a gente ia comandando, gente, não precisa fazer negócio de queimar pneu. Não, não, não, está tranquilo, deixa que a gente vai resolver pacífico. E assim foi, mas eles forjaram um tiroteio, dando um tiro”.
Vale lembrar que nenhum dos policiais envolvidos na ação usava câmeras nas fardas. Câmeras de segurança flagraram o momento, mas os familiares da vítima acusaram a PM de ter adulterado o registro para apagar a ação: “hoje em dia as câmeras têm internet, bluetooth. Eles conseguiram, com o celular, ter acesso e apagaram só a parte da execução, mas a gente tem um minuto antes e, após um minuto e um pouquinho, continua a imagem. Dá para ver ainda um pedaço do corpo do PM dando o último tiro para executar ele no chão”.
“A ficha ainda não caiu. A gente não quer aqui aquele sentimento de vingança contra os policiais. A justiça a gente sabe que é falha. A única que funciona é a de Deus, mas a gente quer pelo menos que tirem essa imagem, que o Thiaguinho estava com arma. Isso é mentira. É uma crueldade fazer isso com a criança. Ele não estava com arma, não andava com arma, não andava fazendo furto, usando droga, bebendo, não era nada disso. O Thiaguinho era totalmente um adolescente fora dessas coisas. Vocês sabem que o futebol, o esporte, tira a criança desses negócios. Era a vida do Thiago, era essa, o futebol”, disse o tio do menino.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: