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    "Ainda há muita coisa a ser elucidada", diz a família de Marielle Franco, em nota oficial

    Suspeitos de serem os mandantes do crime foram presos pela Polícia Federal no início da manhã deste domingo

    Marielle Franco. Foto: Câmara Municipal do Rio

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    247 - A família da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), assassinada em 2018 juntamente com o motorista Anderson Gomes, divulgou uma nota afirmando que, apesar da prisão dos suspeitos de serem os mandantes da morte do parlamentar neste domingo (24), ainda “há muita coisa a ser investigada e elucidada”. 

    “É importante não perdermos de vista que até o momento ninguém foi efetivamente responsabilizado por esse crime, entre os apontados como executores e mandantes. Todas as prisões são preventivas e ainda há muita coisa a ser investigada e elucidada, principalmente sobre o esclarecimento das motivações de um crime tão cruel como esse. Mas, os esforços coordenados das autoridades são uma centelha de esperança para nós familiares”, diz um trecho da nota assinada por pelos pais de Marielle, Marinete Silva e Antônio Francisco da Silva Neto , a irmã Anielle Franco e a filha Luyara Santos. 

    No comunicado, a família também destaca “o empenho da Procuradoria Geral da República, da Polícia Federal, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e do Ministro Alexandre de Moraes do STF para avançar por respostas sobre o caso” e que aguarda “o resultado da condução da investigação e a eventual denúncia dos mandantes e de todos os responsáveis pelas obstruções da Justiça”.

    Neste domingo (24) a Polícia Federal prendeu o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão pela suspeita de serem os mandantes do crime. Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, foi preso pela suspeita de tentar obstruir a investigação.

    Leia a íntegra da nota.

    “Neste Domingo de Ramos (24), dia de celebrar nossa fé, a luta por justiça, e na liturgia o domingo que antecede a Páscoa sobre recomeços e ressurreição, acordamos com a notícia da operação conjunta da Procuradoria Geral da República, Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Federal.

    Hoje é um dia histórico para a democracia brasileira e um passo importante na busca por justiça no caso de Marielle e Anderson. São mais de 6 anos esperando respostas sobre quem mandou matar Marielle e o por quê?. 

    Marielle era uma parlamentar eleita com mais de 46 mil votos na Cidade do Rio de Janeiro e tinha uma atuação voltada à garantia de direitos para a população fluminense e melhoria das condições de vida de toda a cidade, com atenção para aquelas e aqueles que comumente tem seus direitos fundamentais violados: moradores das favelas e periferias, pessoas negras, mulheres, trabalhadores informais. Sua luta era por justiça social, garantia de direitos básicos para a população. E é por essa razão que sua luta não termina com seu bárbaro assassinato e de seu motorista, Anderson. 

    A resolução do caso é central para nós, mas não apenas. Hoje, falamos da importância desta resposta para todo o Brasil, os eleitores de Marielle, para defensoras e defensores de direitos humanos e para a população mais vulnerabilizada desse país.  

    É importante não perdermos de vista que até o momento ninguém foi efetivamente responsabilizado por esse crime, entre os apontados como executores e mandantes.  Todas as prisões são preventivas e ainda há muita coisa a ser investigada e elucidada, principalmente sobre o esclarecimento das motivações de um crime tão cruel como esse. Mas, os esforços coordenados das autoridades são uma centelha de esperança para nós familiares.

    Reconhecemos o empenho da Procuradoria Geral da República, da Polícia Federal, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e do Ministro Alexandre de Moraes do STF para avançar por respostas sobre o caso, agora aguardamos o resultado da condução da investigação e a eventual denúncia dos mandantes e de todos os responsáveis pelas obstruções da justiça. 

    Neste dia de dor e esperança, nossa família segue lutando por justiça. Nada trará nossa Mari de volta, mas estamos a um passo mais perto das respostas que tanto almejamos.

    Com esperança e luta,

    Marinete, Anielle, Antônio e Luyara."

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