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    Ambulante é espancado por filho de Maguila em frente a casa de show em São Paulo

    Segundo o ambulante, a presença dos dois seguranças vem transformando a rotina dos trabalhadores que dependem das vendas nas ruas

    Filho de Maguila agride ambulante

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    247 - Em São Paulo, a noite de trabalho de um ambulante terminou em violência, após uma suposta agressão envolvendo o filho do ex-boxeador Maguila. De acordo com a vítima, que foi socorrida com ferimentos graves, dois homens contratados por casas de shows estariam intimidando vendedores informais da região. O incidente ocorreu na Rua Tagipuru, no bairro da Barra Funda, e foi relatado pelo ambulante ao portal UOL, onde ele denunciou os abusos e o impacto que tais agressões têm causado no cotidiano dos trabalhadores informais.

    Segundo o ambulante, identificado como Osvaldo, a presença dos dois seguranças – que atuam na área há cerca de três meses – vem transformando a rotina dos trabalhadores que dependem das vendas nas ruas. "Eles estão recebendo das casas de show para não deixar a gente trabalhar na rua. Já tem uns três meses isso, são metidos a polícia, oprimem os ambulantes, falam que vão virar os nossos carrinhos, tocam o terror", revelou Osvaldo, explicando como a pressão dos seguranças tem se tornado insuportável.

    A situação culminou em um episódio de violência que, segundo Osvaldo, deixou-o gravemente ferido. Após ser agredido, ele foi socorrido e levado ao Pronto-Socorro de Santana. O ambulante detalhou que precisou de pontos na testa e sofreu uma lesão grave no crânio. “Estou todo arrebentado, com a cabeça toda ferida, só estou vivo porque o pessoal tirou ele de cima de mim, mas meu rosto está muito machucado, eu uso aparelho, então a minha boca também está cortada", desabafou.

    Uma mudança de vida e de profissão

    O episódio de agressão intensifica uma reviravolta na vida de Osvaldo, que perdeu o emprego de motorista executivo em 2023. Ele contou ao UOL que começou a trabalhar como ambulante para sobreviver e que já tinha experiência no ramo, pois costumava fazer "bicos" nos fins de semana para complementar a renda. "Trabalhava para complementar a renda, quando tinha tempo, mas desde que perdi o emprego, ser ambulante se tornou a minha profissão", explicou.

    Osvaldo vende água, cerveja e refrigerante em um carrinho e diz que trabalha no local onde ocorreu a agressão há cerca de três anos. Antes disso, segundo ele, sempre conseguiu atuar nas redondezas das casas de shows sem maiores problemas. “Eu sempre consegui trabalhar, nunca aconteceu nada parecido, tem regras de não poder ficar na frente da casa, mas na fila e na rua, a gente sempre trabalhou", afirmou, relatando que respeitava as normas locais para evitar conflitos.

    A denúncia de Osvaldo levanta uma discussão sobre a relação conflituosa entre trabalhadores informais e seguranças contratados, refletindo a necessidade de proteção aos direitos dos ambulantes.

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