247 - Em São Paulo, a noite de trabalho de um ambulante terminou em violência, após uma suposta agressão envolvendo o filho do ex-boxeador Maguila. De acordo com a vítima, que foi socorrida com ferimentos graves, dois homens contratados por casas de shows estariam intimidando vendedores informais da região. O incidente ocorreu na Rua Tagipuru, no bairro da Barra Funda, e foi relatado pelo ambulante ao portal<a href="https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2024/11/07/ambulante-agredido-em-frente-a-casa-de-show-de-sp.htm"> UOL</a>, onde ele denunciou os abusos e o impacto que tais agressões têm causado no cotidiano dos trabalhadores informais.
Segundo o ambulante, identificado como Osvaldo, a presença dos dois seguranças – que atuam na área há cerca de três meses – vem transformando a rotina dos trabalhadores que dependem das vendas nas ruas. "Eles estão recebendo das casas de show para não deixar a gente trabalhar na rua. Já tem uns três meses isso, são metidos a polícia, oprimem os ambulantes, falam que vão virar os nossos carrinhos, tocam o terror", revelou Osvaldo, explicando como a pressão dos seguranças tem se tornado insuportável.
A situação culminou em um episódio de violência que, segundo Osvaldo, deixou-o gravemente ferido. Após ser agredido, ele foi socorrido e levado ao Pronto-Socorro de Santana. O ambulante detalhou que precisou de pontos na testa e sofreu uma lesão grave no crânio. “Estou todo arrebentado, com a cabeça toda ferida, só estou vivo porque o pessoal tirou ele de cima de mim, mas meu rosto está muito machucado, eu uso aparelho, então a minha boca também está cortada", desabafou.
<h3>Uma mudança de vida e de profissão</h3>
O episódio de agressão intensifica uma reviravolta na vida de Osvaldo, que perdeu o emprego de motorista executivo em 2023. Ele contou ao UOL que começou a trabalhar como ambulante para sobreviver e que já tinha experiência no ramo, pois costumava fazer "bicos" nos fins de semana para complementar a renda. "Trabalhava para complementar a renda, quando tinha tempo, mas desde que perdi o emprego, ser ambulante se tornou a minha profissão", explicou.
Osvaldo vende água, cerveja e refrigerante em um carrinho e diz que trabalha no local onde ocorreu a agressão há cerca de três anos. Antes disso, segundo ele, sempre conseguiu atuar nas redondezas das casas de shows sem maiores problemas. “Eu sempre consegui trabalhar, nunca aconteceu nada parecido, tem regras de não poder ficar na frente da casa, mas na fila e na rua, a gente sempre trabalhou", afirmou, relatando que respeitava as normas locais para evitar conflitos.
A denúncia de Osvaldo levanta uma discussão sobre a relação conflituosa entre trabalhadores informais e seguranças contratados, refletindo a necessidade de proteção aos direitos dos ambulantes.

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Sudeste

Ambulante é espancado por filho de Maguila em frente a casa de show em São Paulo

247 - Morto nesta quinta-feira, aos 66 anos, o ex-pugilista Adilson Rodrigues, conhecido como Maguila, foi uma figura icônica do boxe brasileiro nos anos 1980 e 1990. Porém, além das vitórias nos ringues, o atleta ganhou as redes sociais nesta semana por um motivo inesperado: uma declaração em defesa do respeito à comunidade LGBTQIA+, feita em uma participação televisiva de 1992. O vídeo viralizou e gerou inúmeras reações positivas.
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Quando a "ignorância" é mais inteligente que a "erudição". Maguila fez história. Descanse em Paz 🕊️ <a href="https://t.co/LYLg64R691">pic.twitter.com/LYLg64R691</a>— Bruno Brezenski (@bbbrezenski) <a href="https://twitter.com/bbbrezenski/status/1849556559065747601?ref_src=twsrc%5Etfw">October 24, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
 
Em uma entrevista que veio à tona após sua morte, Maguila foi questionado sobre homossexualidade, um tema que, na época, era cercado de estigmas e preconceitos. Sem hesitar, ele pregou o respeito aos casais do mesmo sexo e repudiou a ideia de que a orientação sexual pudesse ser considerada uma "doença". “Para mim, o homem, o 'viado', não é uma doença, ele já nasceu com esse dom de ser 'viado' e transar com homem”, afirmou Maguila durante a conversa, contrariando a opinião de muitos na época e surpreendendo pela naturalidade e progressismo de suas palavras.
Maguila ainda mencionou seu filho, que na época tinha apenas cinco anos, explicando que ele trataria com naturalidade o fato de ver dois homens se beijando, deixando claro que a orientação sexual não deveria ser motivo de estranhamento ou preconceito. Essa postura foi lembrada e elogiada nas redes sociais, principalmente por sua ousadia e sensibilidade em um período em que o debate sobre o tema ainda era escasso e carregado de tabus.
O vídeo foi resgatado e compartilhado por seu filho mais novo, Júnior Ahzura, que é artista plástico e abertamente gay. Ele usou seu perfil no Instagram para homenagear o pai, que sempre foi um exemplo de apoio e respeito para ele. “Orgulho ter um pai que sempre me aceitou e respeitou! Mais que um herói nacional, meu pai!”, escreveu Júnior em sua postagem, ressaltando a importância do posicionamento de Maguila, especialmente em uma época marcada por preconceitos mais acentuados.
As declarações progressistas do ex-pugilista foram recebidas com carinho pela comunidade LGBTQIA+, que viu nas palavras de Maguila um exemplo de aceitação e compreensão raros para o período. Figuras públicas e fãs do atleta se uniram nas redes para exaltar não só seu legado no esporte, mas também sua postura como pai e ser humano.
Maguila faleceu vítima de encefalopatia traumática crônica (ETC), uma doença degenerativa que afetou sua saúde nos últimos anos. Mesmo em meio às dificuldades, sua figura permanece viva na memória de muitos brasileiros, e seu legado vai além dos ringues. As palavras que proferiu há mais de 30 anos, agora revividas, reforçam a imagem de um homem que, com simplicidade e sinceridade, pregou o respeito e a empatia.

Geral

Maguila viralizou recentemente com opinião sobre homossexualidade

247 - Tetracampeão mundial de boxe, Acelino Freitas, conhecido como Popó, lamentou a morte de Maguila (1958-2024) nesta quinta-feira (24). "Descanse em paz, meu eterno campeão. Maguila, para mim, sempre foi uma referência de superação. Nordestino, sergipano. Ele me deu muita esperança de que um pobre nordestino pode, sim", disse o ex-lutador baiano. Em sua trajetória, Popó teve 43 lutas &nbsp;- 41 vitórias (34 por nocaute) e 2 derrotas. Maguila fez 85 lutas - 77 vitórias (61 por nocautes), 7 derrotas e 1 empate. O pugilista recordou os tempos em que assistia às lutas do ex-boxeador, que, entre seus títulos, tem um campeonato mundial, conquistado pela Federação Mundial de Boxe, em 1995.
"Quando o Maguila lutou uma vez pelo cinturão do Mundo Hispano, eu estava assistindo em casa, começando no boxe. Olhei para aquele cinturão e falei: 'Um dia eu vou ter esse cinturão, um dia eu vou ser campeão'", continuou em entrevista ao <a href="https://ge.globo.com/combate/noticia/2024/10/24/popo-lamenta-a-morte-de-maguila-meu-eterno-campeao.ghtml">Globo Esporte</a>.&nbsp;
"O primeiro cinturão que disputei como profissional foi no Mundo Hispano, quando ganhei por nocaute no segundo round. Maguila sempre foi uma referência. Meu irmão, descanse em paz. O Brasil e o boxe te amam muito. Obrigado por tudo que você fez pelo boxe."
A Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) emitiu uma nota de pesar: "É com muito pesar que recebemos a notícia do falecimento de José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, aos 66 anos. Lamentamos profundamente a perda de um dos maiores boxeadores brasileiros da história", publicou.
"Maguila representava não só o boxe, mas todo o esporte brasileiro. Enchia-nos de orgulho e colocou a nobre arte sob a atenção do povo, contagiando a torcida que o acompanhava. Em termos de resultados, foi campeão brasileiro, conquistou o Continental das Américas (WBC) e o título mundial da Federação Internacional de Boxe (IBF). Mas, além disso, Maguila foi um expoente importante do boxe brasileiro, até mesmo para aqueles que não conheciam a nobre arte. Toda a comunidade do boxe está de luto. Nossos sentimentos à família e amigos do nosso eterno campeão dos pesos-pesados!"
<h2>História e homenagens</h2>
Maguila, nascido em 1958 em Aracaju (Sergipe), é um dos grandes expoentes do boxe brasileiro na categoria peso-pesado. Manteve o título brasileiro entre os anos de 1983 e 1995, o título sul-americano entre 1984 e 1993, conquistou o cinturão das Américas do Conselho Mundial de Boxe em 1986, o da América Latina da Associação Mundial de Boxe em 1996, e o da Federação Internacional de Boxe em 1996. Em 1995, Maguila derrotou o britânico Johnny Nelson para conquistar o cinturão da Federação Mundial de Boxe.
"É com muito pesar que recebemos a notícia do falecimento de José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, aos 66 anos. Lamentamos profundamente a perda de um dos maiores boxeadores brasileiros da história. Maguila representava não só o boxe, mas todo o esporte brasileiro. Enchia-nos de orgulho e colocou a nobre arte sob a atenção do povo, contagiando a torcida que o acompanhava. Em termos de resultados, foi campeão brasileiro, conquistou o Continental das Américas (WBC) e o título mundial da Federação Internacional de Boxe (IBF). Mas, além disso, Maguila foi um expoente importante do boxe brasileiro, até mesmo para aqueles que não conheciam a nobre arte. Toda a comunidade do boxe está de luto. Nossos sentimentos à família e amigos do nosso eterno campeão dos pesos-pesados!", afirmou a Confederação Brasileira de Boxe em nota.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou seus sentimentos em uma postagem nas redes sociais: "Os brasileiros se despedem hoje do grande lutador Maguila, que nos deixou aos 66 anos. Nascido José Adilson Rodrigues dos Santos, Maguila foi um dos maiores atletas do boxe brasileiro e o nosso mais importante boxeador peso-pesado, acumulando inúmeras vitórias nos ringues e popularizando o esporte. Multicampeão, venceu a maioria das lutas que disputou e conquistou o público com seu grande carisma. Após aposentar as luvas, chegou a lançar um álbum de samba, demonstrando seu amor pela nossa cultura popular. Meus sentimentos e um abraço a toda sua família, amigos e admiradores."
O Ministério do Esporte destacou o cartel de Maguila, "com uma carreira de mais de 20 anos", nos quais acumulou 85 lutas (com 77 vitórias, sendo 61 por nocaute), além do "carisma e generosidade" do ex-pugilista, que defendeu causas sociais e usou sua fama para ajudar os menos favorecidos. Segundo a entidade, "o Brasil perde não só um ícone do boxe, mas também um homem cuja luta transcendeu o esporte."
Quem também comentou a morte de Maguila foi o Comitê Olímpico Brasileiro. Em postagens nas redes sociais, a entidade afirmou: "Faleceu hoje um dos grandes nomes do esporte brasileiro. Pugilista e apaixonado pelo desporto, Maguila ajudou a abrir portas para o boxe nacional. O COB se solidariza com familiares e amigos neste momento difícil."
A importância de Maguila para o boxe brasileiro também foi destacada pelo ex-pugilista Acelino Freitas, o Popó. Em postagem em seu perfil em uma rede social, o tetracampeão mundial de boxe afirmou: "Descanse em paz, meu eterno campeão" (com Agência Brasil).&nbsp;

Acelino "Popó" Freitas (à esq.) e Maguila

Esporte

Popó sobre Maguila: 'eterno campeão que deu muita esperança ao povo nordestino'

247 - O ex-boxeador José Adilson Maguila morreu aos 66 anos, nesta quinta-feira (24), informou o Instituto Maguila. O sergipano atuou nos pesos pesados por 17 anos como profissional e se tornou uma lenda do boxe nacional.&nbsp;
Maguila foi vítima de demência pugilística, informou o Metrópoles. Ele sofria de Encefalopatia Traumática Crônica (ETC); trata-se de uma doença incurável, similar ao mal de Alzheimer, causada por golpes frequentes na cabeça, segundo o site.&nbsp;
Maguila, nascido em 12 de junho de 1958 em Aracaju, Sergipe, mudou-se jovem para São Paulo, onde trabalhou na construção civil e treinava boxe em seu tempo livre. Ganhou o apelido por sua semelhança com o personagem Magilla Gorilla, da Hanna-Barbera. Seu talento no pugilismo chamou a atenção do locutor esportivo Luciano do Valle, que se tornou seu principal divulgador. Maguila lutou profissionalmente entre 1983 e 2000, totalizando 85 lutas, com 77 vitórias (61 por nocaute), sete derrotas e um empate técnico.

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Morre Maguila, ícone do boxe nacional, aos 66 anos