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    Após o assassinato de Marielle, PM que teria intermediado contratação de Ronnie Lessa ligou 20 vezes para ex-bombeiro preso

    De 20 ao dia 29 de março de 2018, o sargento Edimilson Oliveira, o Macalé, ligou 20 vezes para o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, o Suel. Foi o mês do assassinato da ex-vereadora

    Edimilson Oliveira, o Macalé (à esq.), Marielle Franco e o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, o Suel (Foto: Reprodução | ABR)

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    247 - Investigadores da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (MP-RJ) descobriram que as ligações telefônicas entre o sargento da Polícia Militar Edimilson Oliveira, o Macalé, e o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, o Suel, aumentaram nas semanas seguintes ao assassinato da ex-vereadora da cidade do Rio de Janeiro (RJ) Marielle Franco (PSOL), morta pelo crime organizado em 14 de março de 2018 na região central do município do Rio de Janeiro (RJ). A investigação do MPRJ mostrou que, do dia 20 ao dia 29 de março de 2018, Macalé ligou 20 vezes para Suel. Em abril, telefonou 22 vezes para o ex-bombeiro em um intervalo de oito dias. Suel ligou para Macalé 20 vezes entre março e abril daquele ano. A informação foi publicada nesta terça-feira (25) pelo jornal O Globo.

    Em delação, o ex-policial Élcio Queiroz, preso em 2019 após ser acusado de pilotar o carro de onde partiram os tiros contra a ex-parlamentar, disse que Macalé, morto em 2021, teria feito intermediações para a execução do crime. Para cometer o assassinato, o sargento procurou o ex-policial militar Ronnie Lessa, que, de acordo com o delator, foi responsável pelos disparos. De acordo com o Ministério Público (MPRJ), Suel era o dono do carro usado para esconder as armas que estavam em um apartamento do ex-PM. O ex-bombeiro também teria ajudado a jogar o armamento no mar.

    Conforme um trecho da denúncia, "não bastasse a existência de fortes indícios do essencial auxílio do ora denunciado (Maxwell) no “pré crime”, tal como apontado pelo colaborador (Élcio de Queiroz), fato é que sua participação prosseguiu no 'pós crime', na medida em que, sempre seguindo plano previamente ajustado entre os envolvidos, além de fornecer inegável ajuda aos executores para a obtenção de uma nova placa, troca, destruição e desaparecimento daquela que anteriormente guarnecia o automóvel, juntamente com algumas das cápsulas dos projéteis, foi ele o responsável por contactar o indivíduo que fez desaparecer o Chevrolet/Cobalt utilizado na empreitada".

    Macalé era sargento reformado da PM e foi morto em novembro de 2021, aos 54 anos. À época, testemunhas disseram que ele caminhava pela Avenida Santa Cruz, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, em direção ao seu carro, uma BMW, quando foi abordado por homens em um veículo branco. O policial foi atingido por tiros e morreu no local.

    Policiais federais e promotores estudam a possibilidade de oferecer uma delação premiada a Ronnie Lessa. De acordo com o delator, o ex-PM, responsável pelos tiros, aumentou o patrimônio após o assassinato. Comprou veículos de luxo e pretendia construir uma fortaleza de dois andares em um terreno de sua propriedade, no condomínio Portogalo, em Angra dos Reis (RJ). E também pagava o advogado de Queiroz. Investigadores apuram como o ex-policial conseguiu subir os valores de seus próprios bens.

    A ex-vereadora foi assassinada por milicianos, integrantes do crime organizado. Marielle era ativista de direitos humanos. Fazia denúncias contra a violência policial nas favelas e criticava a atuação de milícias - grupos que praticam ilegalmente atividades como a cobrança de taxas para alguns serviços (energia e segurança), além de envolvimento com homicídios e tráfico de drogas.

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