Associação e sindicato de delegados do Rio criticam 'espetacularização de prisões' no caso Marielle
Segundo a Adepol e Sindepol as prisões foram "transformadas em espetáculo cinematográfico com a publicização de relatórios"
247 - A Associação de Delegados de Polícia do Estado do Rio de Janeiro (Adepol) e o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Rio de Janeiro (Sindepol) divulgaram nota, nesta quarta-feira (3) afirmando que não irão tolerar “qualquer generalização ou estigma” à categoria em decorrência das investigações sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes.
A manifestação foi feita na esteira da prisão do deputado federal Chiquinho Brazão e de seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), apontados como supostos mandantes do crime. Além deles, o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil fluminense, foi preso pela suspeita de acobertar o caso.
Na nota, segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, as entidades criticam o que chamam a "espetacularização das prisões cautelares decretadas tão somente com base em indícios e de forma extemporânea" e que isso representa "a mais arbitrária forma de condenação que o Estado possa fazer recair sobre o cidadão". Ainda segundo o texto, as prisões foram “transformadas em espetáculo cinematográfico com a publicização de relatórios contendo nomes, qualificações, endereços, quebras de sigilos constitucionais e a exposição de técnicas de investigações policiais”.
A Adepol e o Sindepol afirmam que “anseiam por um desfecho, ainda que tardio”, mas ressaltam que “conclusões precipitadas, sem o devido suporte probatório, bem como linchamentos públicos realizados por alguns veículos de imprensa e policiólogos de plantão, além de em nada contribuírem, muitas vezes aumentam a sensação de injustiça”. Ainda conforme a reportagem, a “Adepol e Sindepol também confirmaram que estão prestando assistência aos delegados citados no relatório da PF”.
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