Crise na Segurança Pública: Guilherme Derrite turbina investimento da PM, e mina gastos com Polícia Civil

247 - Reportagem do Metrópoles avalia que, sob a gestão do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, a Polícia Militar de São Paulo viu seus investimentos dispararem, enquanto a Polícia Civil enfrenta uma queda acentuada nos gastos. Este desequilíbrio financeiro tem gerado críticas por parte dos delegados e acirrado tensões entre as duas instituições.

Um levantamento realizado pela reportagem, com base nos dados da Secretaria Estadual da Fazenda, revelou que a gestão atual triplicou os investimentos previstos para a PM em 2024, enquanto liberou apenas uma fração mínima desse montante para a Polícia Civil.

Desde o início do ano, a Polícia Militar viu seu caixa aumentar em 240%, chegando a impressionantes R$ 70,5 milhões, destinados a investimentos em obras e equipamentos. Enquanto isso, a Polícia Civil recebeu apenas R$ 636 mil para os mesmos fins, representando uma discrepância alarmante.

Esse favorecimento à PM tem gerado críticas ácidas por parte dos delegados, que apontam para a marginalização da Polícia Civil em operações importantes, além de evidenciar a falta de recursos para reformas de delegacias e aquisição de materiais básicos de trabalho.

A crise entre as duas polícias se agravou nas últimas semanas, especialmente após o governo Tarcisio permitir à PM realizar investigações a partir de Termos Circunstanciados, competência tradicional da Polícia Civil. Essa medida gerou repúdio por parte de entidades de delegados e da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo, que a consideraram inconstitucional.

Apesar das tensões, o governador Tarcísio de Freitas negou a existência de um racha entre as instituições e defendeu a integração entre elas. No entanto, após intensas críticas, Derrite recuou da proposta controversa e anunciou a formação de um grupo de estudo para avaliar sua viabilidade, em uma tentativa de apaziguar os ânimos.