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Debate entre Nunes e Boulos na Record esquenta com ataques sobre corrupção e segurança

O confronto destacou temas como o apagão em São Paulo, a privatização da Sabesp e acusações mútuas de corrupção

Ricardo Nunes e Guilherme Boulos (Foto: Edson Lopes JR./Prefeitura SP e Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

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247 – Em um debate marcado por tensão e ataques, os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), protagonizaram um embate acalorado na noite de sábado (19), no evento organizado pela TV Record e o jornal "O Estado de S. Paulo". A uma semana do segundo turno das eleições, o confronto, reportado pelo Valor, abordou questões que vão desde o apagão recente na cidade até acusações mútuas de corrupção e críticas às políticas de segurança.

Nunes, atual prefeito e candidato à reeleição, tentou se posicionar como um administrador experiente, mas foi confrontado por Boulos, que explorou seu histórico e envolvimento em investigações passadas. "Ricardo Nunes falando de corrupção parece o casal Nardoni falando sobre cuidar dos filhos", disparou Boulos, em uma das falas mais polêmicas da noite, referindo-se ao caso do assassinato de Isabella Nardoni. Nunes, por sua vez, prestou solidariedade à memória da criança e lamentou o comentário em suas considerações finais.

No entanto, o prefeito não deixou de contra-atacar. Nunes mencionou um acidente de trânsito de Boulos, dizendo que o prejuízo foi pago pelo pai do deputado. "Eu já bati o carro, como outros motoristas em São Paulo, mas graças a Deus eu nunca bati em mulher", rebateu Boulos, em uma clara referência ao boletim de ocorrência registrado pela esposa de Nunes em 2011, por violência doméstica.

O tema do apagão que deixou milhões de paulistanos sem energia na semana anterior ao debate também dominou o palco. Boulos responsabilizou Nunes, mencionando o acordo entre a prefeitura e a Enel, que transfere ao poder público a responsabilidade de remover árvores próximas à rede elétrica. "O apagão tem mãe e pai. A mãe é a Enel, e o pai é Ricardo Nunes, que não fez o básico, como a poda e o manejo", afirmou o deputado.

Nunes, por sua vez, procurou vincular o problema ao governo federal e à própria concessionária de energia, afirmando que a privatização da Sabesp garantiria melhorias nos serviços públicos, uma visão contestada por Boulos, que alertou que a companhia de água poderia se tornar "a Enel da água" se fosse privatizada.

A segurança pública também foi um ponto de divergência. Nunes tentou associar Boulos a uma postura favorável à desmilitarização da Polícia Militar, ao que o candidato do PSOL respondeu defendendo um modelo de polícia mais igualitário e eficiente, inspirado em experiências europeias. "Para o seu vice, no Capão Redondo é porrada, e nos Jardins é 'bom dia, doutor'", criticou Boulos, referindo-se a falas passadas do vice de Nunes, o ex-coronel Ricardo Mello Araújo.

A troca de acusações foi intensa durante todo o debate, com ambos os candidatos recebendo direitos de resposta. Nunes usou a oportunidade para tentar retratar Boulos como extremista e alinhado à criminalidade, enquanto Boulos insistiu nas suspeitas de corrupção e escândalos envolvendo a atual gestão municipal, chegando a afirmar que "quando tem focinho de rato, rabo de rato, cara de rato, não é ursinho carinhoso. É rato", referindo-se a Nunes.

O próximo e último debate entre os candidatos acontecerá na sexta-feira (25), na TV Globo, e promete manter o clima acirrado entre os dois postulantes ao cargo de prefeito.

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