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    Ricardo Nunes critica Lula por cobrança sobre poda de árvores em São Paulo

    Prefeito disse que cabe ao governo federal romper o contrato com a Enel

    Ricardo Nunes (Foto: ABr)

    247 – O presidente Lula (PT) e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), trocaram farpas neste sábado (19) após o chefe do Executivo federal criticar a administração municipal pela falta de poda de árvores, o que teria contribuído para os danos causados pelo apagão recente na cidade. Durante uma transmissão ao vivo ao lado de Guilherme Boulos (PSOL), seu aliado e candidato à prefeitura paulistana, Lula afirmou que "era obrigação do prefeito ter podado as árvores". Apesar do tom crítico, o presidente acrescentou que não pretendia iniciar uma discussão com Nunes ou com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

    Ricardo Nunes não demorou a reagir. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o prefeito classificou a crítica de Lula como "lamentável" e destacou o esforço de sua gestão. "Enquanto alguns falam e não agem, eu estou trabalhando", disse Nunes, que também apontou a responsabilidade do governo federal no rompimento do contrato com a concessionária Enel. "É lamentável que o presidente da República adote essa postura, quando ele tem a possibilidade de decretar a caducidade ou a intervenção no contrato da Enel e não faz. E ainda assim vem fazer um ataque fora do padrão que se espera de um presidente", acrescentou Nunes.

    A polêmica surgiu quando Lula destacou que a falta de poda de árvores era um problema recorrente na cidade, principalmente durante o período de chuvas. "São 1.492 árvores que poderiam ter sido podadas e não foram. Isso é o mínimo que um prefeito deve fazer", afirmou o presidente. Além disso, Lula também criticou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Enel por não garantirem a devida fiscalização. "Temos uma agência de regulação que não regula e a prefeitura, que assumiu o compromisso, não fiscaliza", completou.

    O confronto entre Lula e Nunes ocorre em meio à corrida eleitoral pela prefeitura de São Paulo, onde Nunes busca a reeleição. Guilherme Boulos, que está em segundo lugar nas pesquisas, tem usado o apagão como uma de suas principais bandeiras de campanha, tentando desgastar a imagem de Nunes. A tempestade que provocou o apagão gerou um jogo de empurra entre os envolvidos, cada um tentando atribuir ao outro a responsabilidade pelos problemas enfrentados pela população paulistana.

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