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    Delator do PCC entregou policiais de São Paulo antes de ser assassinado em Guarulhos

    Antonio Vinicius Lopes Gritzbach apontou as conexões entre a polícia paulista e o crime organizado

    Antônio Vinícius Lopes Gritzbach (Foto: Reprodução )

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    247 – O delator do PCC, Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, assassinado a tiros ao sair do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) na última sexta-feira, havia prestado depoimento à Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo apenas oito dias antes de ser morto. A informação, divulgada pelo Globo, revela que Gritzbach denunciou casos de suposta extorsão cometidos por agentes da corporação em depoimento prestado em 31 de outubro.

    O secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, confirmou que a morte do delator levanta questões sobre o possível envolvimento de policiais civis e militares. Quatro policiais militares que atuavam como seguranças particulares de Gritzbach alegaram ter enfrentado uma falha mecânica no veículo, impedindo sua chegada a tempo de protegê-lo. Esses policiais foram afastados e tiveram seus celulares apreendidos para perícia. “Até o momento, não tem nenhuma informação de que havia policiais civis entre os atiradores. Mas a gente não descarta essa possibilidade”, afirmou Derrite, ressaltando o atraso suspeito da escolta no dia do crime.

    Gritzbach, que colaborava com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em um acordo de delação premiada, mencionou diversos crimes atribuídos a policiais civis. O delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, declarou que, até o momento, nenhum agente foi afastado de suas funções e que o delator não conseguiu apresentar provas concretas que sustentassem suas acusações. “Muita coisa ele quer jogar um 'balão de ensaio' para também se livrar da acusação de duplo homicídio. A gente tem que ser cauteloso e tudo tem que ser apurado”, disse Dian, referindo-se ao processo em que Gritzbach era réu pelos assassinatos de dois integrantes do PCC.

    A investigação se aprofundou após um policial relatar a postura suspeita dos seguranças de Gritzbach durante uma audiência anterior. Os PMs que escoltavam o delator usavam a mesma caminhonete Amarok que supostamente teve uma pane antes do atentado. Até agora, o número de policiais sob investigação não foi divulgado, e ninguém foi preso.

    A perícia nos celulares dos policiais pode revelar quem passou informações sobre os movimentos de Gritzbach e com quem ele havia se encontrado em Maceió (AL), de onde retornava antes de ser morto. O delator carregava uma mochila com joias e relógios, além de um anel avaliado em até R$ 1 milhão, o que levanta ainda mais suspeitas sobre o crime.

    A Secretaria de Segurança Pública anunciou a criação de uma força-tarefa, coordenada pelo secretário-executivo Osvaldo Nico, para conduzir as investigações, contando com a colaboração da Polícia Federal (PF). Conhecido por seu trabalho em casos de grande repercussão, Nico já liderou operações de destaque e trará essa expertise à equipe. A PF auxiliará na coleta de dados e análise de imagens dos aeroportos de Guarulhos e Maceió.

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