Depoimento de ex-assessora revelou 'atuação da organização criminosa' no gabinete de Flávio Bolsonaro, diz MP
O depoimento de Luiza Sousa Paes, ex-assessora de Flávio Bolsonaro que admitiu repassar 90% do salário para Fabrício Queiroz, revelou "a atuação da organização criminosa" no gabinete
247 - De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, o depoimento de Luiza Sousa Paes, ex-assessora de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Assembleia Legislativa teve o papel de esclarecer e revelar a atuação efetiva de uma organização criminosa.
Segundo investigadores, o depoimento foi uma "efetiva e espontânea colaboração, tendo resultado em esclarecimentos e revelações sobre a atuação da organização criminosa" no gabinete do filho "01" de Jair Bolsonaro, que tinha como operador o ex-assessor Fabrício Queiroz.
Luiza admitiu em depoimento que era funcionária fantasma no gabinente de Flávio e era obrigada a devolver mais de 90% do salário. Ela apresentou extratos bancários para comprovar que, entre 2011 e 2017, entregou por meio de depósitos e transferências cerca de R$ 160 mil para Fabrício Queiroz, ex-chefe da segurança de Flávio e apontado como operador do esquema de desvios de salários.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, Luiza relatou ainda que conheceu outras pessoas que viviam situação semelhante a dela. Citou as duas filhas mais velhas de Fabrício Queiroz, Nathália e Evelyn, e Sheila Vasconcellos, amiga da família do policial. Os dados financeiros das três, obtidos na investigação, já identificavam que elas tinham devolvido para Queiroz R$ 878,4 mil.
A funcionária fantasma disse ainda que participou de uma reunião com Frederick Wassef, ex-advogado do senador Flávio Bolsonaro, em um hotel na Barra da Tijuca em dezembro de 2018. A reunião ocorreu no mesmo dia em que ela tinha sido chamada para prestar esclarecimentos na investigação. Segundo Luiza, ela foi orientada por advogados próximos a Flávio a não atender a convocação do MP, na época.
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