Deputados e sindicatos protestam na Alerj contra privatização da Eletrobrás
Deputados, líderes partidários e membros de entidades sindicais do setor elétrico protestaram nesta sexta-feira, 13, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, contra a privatização da Eletrobrás. Ato contou também com servidores dos Correios e de outras estatais incluídas na lista de privatizações
247 - Parlamentares da bancada federal do Rio foram hoje ao plenário lotado da Assembleia Legislativa do estado para participar de uma audiência pública contra as privatizações anunciadas pelo governo Jair Bolsonaro, especialmente a da Eletrobrás. O evento foi promovido por entidades dos trabalhadores do setor elétrico, e contou também com servidores dos Correios e de outras estatais incluídas na lista de privatizações.
Participaram os deputados federais Alessandro Molon (PSB), Jandira Feghali (PCdoB), Glauber Braga (PSol) e Marcelo Freixo (PSol), os deputados estaduais Waldeck Carneiro (PT), Max Lemos (MDB), Carlos Minc (PSB) e Eliomar Coelho (PSol), além do ex-senador Lindbergh Faria e do ex-deputado Vivaldo Barbosa.
O líder da Minoria na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB), criticou a intenção do governo. “Qual o país que tem uma planta energética tão baseada na hidroeletricidade como o nosso que tenha privatizado o sistema? Nenhum fez isso. Os Estados Unidos não fizeram. E aqui também não se fará. O povo brasileiro está ao nosso lado. Precisamos da energia das pessoas para que, ao nosso lado, protejam nosso patrimônio para o passo que vamos dar à frente. Para um projeto de desenvolvimento nacional é preciso preservar essas empresas”, afirmou Molon.
Para Jandira Feghali, só o setor público é capaz de levar serviços às áreas mais pobres e periféricas do país. “Só um governo de joelhos é capaz de colocar à venda empresas estratégicas e lucrativas”, disse a deputada.
O deputado Glauber Braga afirmou que a Eletrobrás é responsável por 30% da energia gerada no país, e que a privatização representaria alta de preços e controle dos mercados internacionais. Ele citou resultado de pesquisa Datafolha que mostra que 67% dos brasileiros se opõem às privatizações e pediu resistência. “Não tem governo Bolsonaro que consiga vencer a força popular”, disse Glauber.
Benedita da Silva foi também pediu união contra as privatizações. “Os partidos políticos, os trabalhadores desempregados e as forças progressistas precisam estar unidos na luta”, disse ela.
O ex-senador petista Lindbergh Farias lembrou que foi formada a Frente de Soberania Nacional, semana passada, e disse que só será possível deter a venda de estatais com o apoio popular. Ele citou como exemplo dos efeitos negativos da privatização o caso da Light, afirmando que comunidades do Rio são vítimas de aumentos frequentes nas contas de luz. “A Light é um bom exemplo. Não existe nada pior do que o monopólio privado”, disse Lindbergh.
Vítor Costa, representante do Coletivo dos Eletricitários e um dos organizadores, criticou o governo pela ausência no debate, apesar dos convites feitos ao Ministério de Minas e Energia, à Eletrobrás e ao Ministério da Economia. Ele ressaltou que a oposição à privatização se baseia em dados técnicos e não em ideologia, e alertou para o aspecto da segurança das barragens. “A Eletrobrás tem mais de 40 barragens. Algumas delas sexagenárias. E nunca passamos perto de um acidente como esses de Brumadinho e Mariana. A dissipação de uma barragem hídrica é muito pior do que uma barragem de rejeitos, é um tsunami”, afirmou Costa.
Para Gustavo Teixeira, que representou a Federação Nacional dos Urbanitários, as estatais têm caráter estratégico e funcionam como instrumento de execução de políticas econômicas. Depois da crise de 2008, afirmou, essas empresas sustentaram a economia. “São instrumentos que funcionam com caráter contracíclico em momentos como o que estamos passando.A política da Eletrobrás foi exitosa. Fez investimentos e participou das grandes obras estruturantes do setor, como Belo Monte, Jirau e Santo Antônio.”
Agenor de Oliveira, do Instituto Ilumina, afirmou que o país já privatizou 65% da geração de energia, 53% da transmissão e 90% da distribuição. “Não melhorou a qualidade, não melhorou o preço, e as empresas foram desmontadas”, criticou. “Com a mercantilização da energia conseguimos a perda de eficiência. Estamos insistindo nos mesmos erros, brigando com números.”
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