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Diligência da CPI do MST em SP mira Zé Rainha, que deixou o movimento em 2004, e tenta criminalizar movimentos

Em visita a áreas que não são ocupadas pelo MST, a CPI, controlada pela oposição, quer juntar diversos movimentos em um só balaio para criminalizá-los

(Foto: ABr | Câmara dos Deputados)

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247 - Controlada pela oposição, a CPI do MST cumpre nesta segunda-feira (29) no Pontal do Paranapanema, no interior de São Paulo, sua primeira diligência. A região compreende 32 municípios e, segundo Marcelo Auler, repórter do Brasil 247 e da TV 247 em Brasília, não conta com ocupações do MST.

Questionados pela reportagem, deputados governistas avaliam que a ação da CPI nesta segunda, que não tem como foco assentamentos do MST, foge ao escopo do colegiado. No entanto, os parlamentares preferem aguardar o desenrolar da diligência antes de tomarem alguma providência.

Na região visitada pelos deputados da CPI há a presença do Mast (Movimento dos Agricultores Sem Terra) e da FNL (Frente Nacional de Luta Campo e Cidade),  liderada por José Rainha. Rainha já foi do MST e, em março, foi preso sob a acusação de extorquir donos de propriedades rurais. À época, a FNL disse que sua prisão tinha “cunho político”. 

Rainha deixou o MST em 2004 e, por isso, parlamentares governistas desconfiam que o objetivo da oposição é juntar todos os movimentos sociais por reforma agrária em um só balaio, em uma tentativa de criminalizá-los. No entanto, a CPI tem como foco definido o MST e as investigações não podem fugir a este escopo. O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) acompanha a diligência da CPI e diz que o objetivo é exatamente “criminalizar os movimentos pela reforma agrária”. 

Os interesses de Salles - À TV 247 nesta segunda-feira, Auler destacou que o relator da CPI do MST, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PL), tem a intenção de disputar a prefeitura de São Paulo em 2024 e, para isso, quer aproveitar a comissão parlamentar de inquérito para angariar apoio de ruralistas “O Salles já está lá provavelmente fazendo um trabalho que agrade aos ruralistas para ter o apoio deles na campanha que vem pela frente”.

“Querem criminalizar os movimentos sociais. Foram para o Mirante do Paranapanema atrás de informações de ocupações de terra que não têm nenhuma relação com o MST. A CPI foi criada para investigar o MST, quem os financia, quem está por trás, todo aquele discurso de que o MST é uma organização criminosa”, acrescentou, salientando que a ação dos deputados nesta segunda foge ao escopo de investigação determinado ao colegiado.

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