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    Ecovias reconhece maiores propinas da história nos governos tucanos de São Paulo

    Num acordo inédito, a concessionária Ecovias, que administra o sistema Anchieta-Imigrantes, em São Paulo, reconheceu o que pode ser o maior esquema de propinas da história do país, durante os governos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB. O roubo aconteceu no Estado desde 1998 e, pelo acordo, a Ecovias pagará R$ 650 milhões ao Estado -o que indica que o montante da propina possa se elevar a bilhões de reais

    Rodovia Imigrantes, José Serra, Geraldo Alckmin e Mário Covas (Foto: Agência Brasil | Gov. SP | Agência Senado)

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    247 - A concessionária Ecovias, que administra o sistema Anchieta-Imigrantes, firmou nesta segunda-feira (6), acordo de mais de meio bilhão de reais com o Ministério Público Estadual em que afirma que todos os 12 contratos de concessão rodoviária assinados pelo governo de São Paulo a partir de 1998 foram fraudados por meio da ação de um cartel - as propinas foram pagas ininterruptamente durante os governos tucanos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra.

    O acordo, pelo qual a Ecovias  se comprometeu a pagar R$ 650 milhões ao Estado, indica que as propinas podem ter chegado à casa dos bilhões de reais, no que pode ser o maior escândalo da história.  Segundo a companhia, o grupo, formado por dezenas de empresas, pagou propina a agentes públicos e fez repasses para caixa dois de campanhas políticas, relata o jornalista Bruno Ribeiro de O Estado de S.Paulo.

    Dos R$ 650 mihões a serem pagos, R$ 150 milhões deverão ser usados para custear uma redução de 10% no valor da tarifa do pedágio da Ecovias entre 19h e 5h, em uma ação voltada a caminhoneiros que continuam trabalhando em meio à pandemia de coronavírus. Outros R$ 36 milhões serão usados para custear UTIs para pacientes com Covid-19 e testes da doença.

    Segundo relatos feitos ao MP, a Ecovias e dezenas de empresas formaram consórcios para disputar licitações com o objetivo apenas de simular competição. Nem todas, porém, tinham condições reais de assumir as rodovias em disputa.

    Obedecendo regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Ecovias, que é do grupo EcoRodovias, cujas ações são negociadas na bolsa de valores, divulgou um fato relevante ao mercado no início da noite desta segunda dando informações sobre o acordo. O principal acionista da empresa é a Primav, empresa de capital fechado da CR Almeida, uma das construtoras investigadas pela Lava Jato.

    Do total que será pago pela Ecovias, R$ 450 milhões serão usados para obras. A maior, de R$ 400 milhões, será destinada ao Corredor de Exportação Anchieta, obra prevista desde o começo da década para facilitar o caminho ao Porto de Santos. 

    As investigações sobre o caso tiveram início no fim de 2018, e a Ecovias fez acordo parecido no Paraná, quando concordou com o pagamento de R$ 400 milhões durante a Lava Jato. Ao admitir a formação de um cartel e concordar com a reparação de danos, a Ecovias evita a possibilidade de receber outras punições administrativas, como ser banida de novas licitações. A empresa terá de apresentar provas de todas as ações delatadas.

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