Em bairro periférico de São Paulo, Extra entrega bandeja vazia até cliente pagar por carne
No açougue da unidade do hipermercado Extra no Jardim Ângela, na periferia da Zona Sul de São Paulo, a carne é pesada e o consumidor recebe uma bandeja vazia, só tendo acesso ao produto depois de pagar por ele, no caixa, quando o normal é levar a carne já embalada para o pagamento
247 - No açougue da unidade do hipermercado Extra no Jardim Ângela, na periferia da Zona Sul de São Paulo (SP), a carne é pesada e o consumidor recebe uma bandeja vazia, só tendo acesso ao produto depois de pagar por ele, no caixa, informa reportagem de Rodrigo Ratier, no Uol.
O normal é o açougueiro preparar a carne, etiquetar a embalagem e entregá-la ao cliente, que vai se dirigir ao caixa com a embalagem com a carne.
“O relato é da educadora Fabiana Ivo, gestora operacional da Articuladora de Negócios de Impacto da Periferia (Anip). Fabiana é ex-moradora do Jardim Ângela e se deu conta da prática ao comprar carne para a mãe”, destaca a coluna, que “convidou a educadora a retornar ao supermercado no sábado. Nos dois dias, recebeu uma bandeja vazia até que pagasse pelo total das compras”.
Fabiana disse que os funcionários lhe contaram que “essa prática já tem quase um ano. Começou pelo aumento dos roubos na pandemia, com as pessoas pegando a carne e descartando a bandeja. Também disseram que acontece a mesma coisa em outros [pontos do] Extra nas periferias".
"Linguiça e carne de porco são entregues na hora. Os freezers de livre acesso têm frango, porco, carne de segunda e outras partes menos nobres", mas carne bovina boa... só depois do pagamento.
"Perguntei se seria possível levar a carne e pagar no caixa. Me disseram que não. A gente paga o código de barras da bandeja vazia e só aí um funcionário vai até o balcão onde ficam as compras e pega o produto", disse.
O Extra informou à coluna que “este procedimento não faz parte de sua política de atendimento, trata-se de uma falha pontual de procedimento. Assim que teve conhecimento do fato, a loja tomou providências para que a prática fosse imediatamente descontinuada. A rede segue à disposição para quaisquer esclarecimentos."
Segundo Fabiana, "a sensação é horrível, uma afronta à população das quebradas. Vi mais gente revoltada dentro do mercado por estar segurando bandejinha e não a carne. Outros parecem que já se conformaram com uma situação que não deveria ser naturalizada".
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