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    Em evento com Tarcísio e Nunes, ministros condenam tentativa de golpe e defendem a democracia

    Aliados de Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo e o prefeito da capital paulista evitaram comentar o indiciamento do ex-mandatário

    29.11.2024 - Assinatura de contratos de financiamento do BNDES para infraestrutura e mobilidade urbana de São Paulo (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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    247 - O evento realizado nesta sexta-feira (29) no Palácio do Planalto, destinado ao anúncio de investimentos em infraestrutura em São Paulo, foi marcado por um desagravo do governo federal contra a tentativa de golpe de Estado, com ministros defendendo a democracia e criticando a trama golpista. O evento teve a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), ambos aliados de Jair Bolsonaro (PL). Tarcísio e Nunes evitaram comentar a investigação da Polícia Federal (PF) sobre o plano golpista que, segundo a Polícia Federal (PF), visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e manter o ex-mandatário no poder.

    Em seu discurso, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, expressou o impacto da ameaça contra a democracia, destacando: "Não é fácil para um presidente e vice-presidente, que foram ameaçados de morte, de um golpe de Estado e tudo que assistimos recentemente, manter a mesma atitude de compromisso e respeito ao voto popular", disse Mercadante, de acordo com a Folha de S. Paulo.

    O evento marcou a primeira ida de Tarcísio ao Palácio do Planalto após o indiciamento de Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas pela trama golpista. As investigações da PF revelaram que o ex-mandatário teria sido o líder de um movimento que visava impedir a posse de Lula, eleito em 2022. Documentos confidenciais, liberados na terça-feira (26) por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal STF Alexandre de Moraes, indicam que Bolsonaro esteve diretamente envolvido no planejamento da ação que, segundo a Polícia Federal, visava derrubar o Estado Democrático de Direito.

    O relatório da PF detalha que Bolsonaro liderou uma organização criminosa que tramava a abolição da democracia e planos para matar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.

    Após as críticas de Mercadante, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, foi ainda mais contundente em sua fala, elogiando a postura de Lula diante das ameaças e destacando seu papel como estadista. "O senhor mostra, mais do que nunca, a figura de um estadista que não se abala, mesmo com todas as informações sobre aqueles que tramaram um golpe de Estado", disse Costa.

    Ainda segundo a reportagem, Costa também ressaltou o apoio internacional recebido por Lula, comparando o impacto de sua atuação à de uma reunião da ONU, destacando a força do presidente diante da adversidade. O vice-presidente Geraldo Alckmin, por sua vez, também fez uma defesa enfática da democracia. "Como é bonita a democracia", afirmou, exaltando o trabalho conjunto de gestores federais e locais.

    Apesar da grave situação política em torno da investigação do golpe, Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes, em seus discursos, preferiram focar nas parcerias com o governo federal para o avanço de projetos de infraestrutura e não abordaram a crise política em curso. Tarcísio, após o indiciamento de Bolsonaro, usou suas redes sociais para defender o ex-presidente, dizendo que a investigação "carece de provas" e reafirmando seu respeito ao processo eleitoral.

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