Ex-aluna acusa Silvio Almeida de assédio

247 - Uma ex-aluna do ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida acusa o professor de assédio durante o período em que ele lecionava na Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo. Carla (nome fictício), que foi aluna de Almeida entre 2005 e 2009 no curso de Direito, relatou ao The Intercept Brasil que o assédio teria ocorrido em 2009, quando Almeida fez parte da banca de avaliação de sua monografia.

Segundo Carla, o contato teria ocorrido por telefone, quando Almeida sugeriu um encontro para discutir o tema da monografia. "Acho que a gente devia sair para conversar sobre o seu tema porque eu não quero que você saia prejudicada", teria dito o professor. A estudante, desconfortável, recusou a sugestão sob a justificativa de falta de tempo devido aos compromissos acadêmicos e profissionais.

Carla afirmou que Almeida teria ligado outras vezes, sempre mantendo um tom aparentemente amigável, mas reforçando o interesse em se encontrar para conversar sobre o trabalho acadêmico. Ela também relatou que não sabe como o professor conseguiu seu número de telefone.

Com medo de represálias e de que a situação prejudicasse sua avaliação acadêmica, Carla decidiu não formalizar a denúncia na universidade na época. "Fiquei com medo dele realmente me prejudicar na monografia", explicou. A ex-aluna disse que compartilhou o ocorrido apenas com amigas próximas, sem buscar apoio da reitoria ou de outras instâncias.

A ex-aluna também afirmou que não foi a única a vivenciar situações semelhantes com o professor. De acordo com Carla, outras estudantes teriam relatado episódios de assédio envolvendo Almeida

A Universidade São Judas Tadeu, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que, até o momento, não recebeu nenhuma denúncia formal relacionada aos casos relatados e que está apurando internamente o assunto. A instituição destacou que não tem haver qualquer relação jurídica com o ex-professor há cinco anos.

Silvio Almeida não se pronunciou sobre este caso até o fechamento desta matéria. Ele foi recentemente demitido do cargo de ministro dos Direitos Humanos após denúncias de assédio sexual envolvendo seu nome.