Grupo armado visita de madrugada rua de homem jogado de ponte e pergunta por seu paradeiro
Os vídeos mostram três homens armados circulando pela Rua Comendador Artur Capodaglio entre 0h39 e 1h23
247 - A madrugada de quarta-feira (4) foi marcada pelo medo em Americanópolis, na zona sul de São Paulo, quando homens armados em um carro descaracterizado circularam pela rua onde vivia Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos. Marcelo foi jogado de uma ponte por um policial militar na última segunda-feira (2), conforme mostrado em vídeo amplamente divulgado. A presença do grupo foi registrada em vídeos aos quais o Metrópoles teve acesso e gerou apreensão entre os moradores da região, que já estavam assustados com a violência policial.
Os vídeos mostram três homens armados circulando pela Rua Comendador Artur Capodaglio entre 0h39 e 1h23. No primeiro registro, é possível vê-los caminhando pela rua com armas em punho. Em outro momento, às 0h44, um dos homens bate em um portão e grita, aparentemente chamando por um morador. Já no terceiro vídeo, o carro para, e o grupo aborda duas pessoas separadamente, sempre com armas à mostra.
De acordo com relatos de vizinhos, os homens afirmavam ser da Corregedoria da Polícia Militar e exibiam fotos de Marcelo, perguntando pelo paradeiro dele. Embora o uso de agentes descaracterizados em operações seja comum, o horário da abordagem e as circunstâncias levantaram questionamentos entre os moradores. "Foi muito assustador. Eles paravam qualquer pessoa e não explicavam direito o que estavam fazendo", disse uma testemunha que preferiu não se identificar.
Investigação intensificada
Na mesma quarta-feira, o bairro recebeu a visita de policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Dessa vez em viaturas caracterizadas, eles informaram aos moradores que buscavam Marcelo para que ele prestasse depoimento e formalizasse sua posição sobre o episódio violento.
Marcelo não reside mais na rua há anos, tendo mudado para outra casa no mesmo bairro. Contudo, após a repercussão do caso, ele teria deixado São Paulo e buscado refúgio no interior. A situação reflete o clima de insegurança no bairro, que é caracterizado por ruas estreitas, casas coladas umas às outras e alta densidade populacional.
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