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    Jandira: Moro comete crime em nome do combate à corrupção

    De acordo com a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o ministro Sérgio Moro (Justiça) não responde a questões ou responde com “quatro mantras” recorrentes sobre a Vaza Jato; o ex-juiz, acrescenta ela, aceitou o cargo de ministro de Bolsonaro “e cometeu crimes, em nome do combate à corrupção”

    (Foto: Will Shutter - Câmara)

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    Por Eduardo Maretti, da RBA - A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) é a entrevistada do jornalista Juca Kfouri no Entre Vistas desta quinta-feira (25), na TVT. Líder da Minoria na Câmara, a parlamentar fala no programa não apenas sobre política, mas de aspectos menos conhecidos do seu perfil. Formada em Medicina, ela também toca bateria. Para Jandira, as próximas eleições serão decisivas para o país retomar o caminho da democracia. “As eleições de 2020 vão exigir muita sapiência. Devemos buscar unidade das forças progressistas. Não podemos raciocinar de forma estreita, sectária”, diz.  A união das forças progressistas é essencial num momento em que “a democracia está em risco e maculada”. Ela acredita um projeto comum deve ter no horizonte a construção de um “Estado nacional democrático”.

    A deputada comenta que a unificação das forças de centro-esquerda no Congresso Nacional, apesar de algumas dissidências, conseguiu evitar prejuízos maiores à sociedade com a “reforma” da Previdência aprovada em primeiro turno na Câmara. “Com isso, reduzimos danos e tiramos o coração da reforma, que era a capitalização, o principal objetivo de Paulo Guedes. Até mesmo parte do centro não aceitou danos como alterações no BPC (Benefício de Prestação Continuada) e aposentadoria rural.” Na opinião de Jandira, com exceção dos bancos, ninguém ganha com o texto aprovado.

    Ela lembra que o atual modelo da Previdência foi atacado “com mentiras”, principalmente a de que a reforma é necessária porque a Previdência é deficitária. “É mentira que era deficitária. Foi superavitária até 2015. Por que passou a deficitária depois? Porque a economia parou”, diz.

    Para o segundo turno, a comunista acredita que as mobilizações de movimentos sociais e centrais sindicais possam sensibilizar parlamentares para tentar minimizar ainda mais os efeitos antissociais da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019. Com a reforma da Previdência, acrescentou, “vão jogar os idosos pobres nas ruas de novo”. Na primeira votação, os deputados aprovaram o texto-base da reforma por 379 votos a 131.

    Na entrevista, Jandira defende a instalação da CPMI das fake news, “ilegais, criminosas, que foram financiadas como muito dinheiro para (Bolsonaro) ganhar a eleição”. Até agora, o presidente da República “não apresentou nenhuma política para combater o desemprego”, que atinge mais de 13 milhões de brasileiros. Perguntada por Kfouri se poderia haver crime de responsabilidade em alguma atitude do chefe do Executivo, ela afirma que é justamente a CPMI que poderia apontar essa possibilidade.

    Sergio Moro

    Para Jandira, não adianta o atual ministro da Justiça, Sergio Moro, ou o procurador Deltan Dallagnol, falarem para prestar esclarecimentos no Congresso Nacional sobre o material divulgado pelo Intercept Brasil. Ela avalia que Moro não responde as questões ou responde com “quatro mantras” recorrentes. O ex-juiz diz que o material divulgado é fruto de crime, é um ataque à Lava Jato, afirma não reconhecer a autenticidade das mensagens ou repete: “Eu não lembro”. Moro, acrescenta ela, aceitou o cargo de ministro de Bolsonaro “e cometeu crimes, em nome do combate à corrupção”. “Eu não chamo (as revelações do Intercept) de vazamento, chamo de divulgação.”

    Como tem repetido, a deputada destacou que o processo desencadeado pela Operação Lava Jato que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão “não é uma questão só do Lula, mas da democracia”. Quanto à influência do encarceramento do petista nas eleições, ela destaca: “Lula foi abduzido do processo eleitoral”.

    Embora o objetivo alegado da operação seja combater a corrupção, “não se fala da corrupção do mercado”. “O que se arrecadou com a Lava Jato não chega nem perto dos prejuízos gigantescos causados à economia brasileira.” Ainda sobre o sistema judiciário, ela também defende que seja adotado outro critério na indicação de ministros do Supremo Tribunal Federal. “Não pode ser indicação do Executivo.”

    Juca Kfouri quis saber de Jandira o que é ser comunista. “Atuar pelo bem comum, pela liberdade e pelos que menos têm”, responde a deputada.

    Participam do Entre Vistas o ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e ex-deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino e a jornalista Joanne Mota. O programa será exibido pela TVT, no canal aberto digital 44.1 na Grande São Paulo, no YouTube e na RBA, a partir das 22h desta quinta.

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