Nas eleições de 2016, Chiquinho Brazão perdeu votos para Marielle, assassinada dois anos depois
Hoje deputado federal, Chiquinho Brazão é apontado como mandante do assassinato da vereadora
247 - Antes de supostamente encomendar o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), em 2018, o hoje deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido) observou um declínio de seu capital político, em meio à ascensão da psolista. Uma análise dos dados eleitorais feita pelo g1 revela uma queda significativa no apoio do eleitorado a Brazão, especialmente em seu "curral eleitoral", na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Essa redução foi notável em todas as zonas eleitorais da região entre as eleições de 2012 e 2016. Por exemplo, Chiquinho Brazão, que fora o sexto vereador mais votado em 2012 com mais de 35 mil votos, viu sua votação cair para 23.923 votos em 2016. Nesse mesmo pleito, Marielle Franco emergiu como a quinta vereadora mais votada do Rio, com expressivos 46.502 votos.
Segundo números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na Zona Eleitoral 9, que abrange a região das Vargens, o apoio a Brazão despencou de 1.796 votos em 2012 para 977 na eleição seguinte. Quedas semelhantes foram registradas em outras zonas eleitorais, como na Freguesia (Zona Eleitoral 13), onde os votos para Brazão caíram pela metade, e na Taquara e Tanque (Zona Eleitoral 180), onde houve uma queda significativa de mais de 3 mil votos.
Em 2016, durante a disputa pelo cargo de vereador, Marielle obteve vitórias surpreendentes em partes do reduto eleitoral de Chiquinho Brazão, como nos bairros das Vargens, Curicica, Freguesia e Vila Valqueire.
A investigação da PF sugere que a morte de Marielle possa estar relacionada à sua atuação contra a grilagem de terras e a expansão imobiliária em áreas de milícia, principalmente na Zona Oeste. De acordo com a polícia, Marielle teria atrapalhado um projeto de lei na Câmara Municipal que visava agilizar loteamentos de terra em áreas dominadas por milícias, especialmente nas regiões das Vargens e Itanhangá. Curiosamente, o autor desse projeto de lei era Chiquinho Brazão, então vereador em 2018, pouco antes do assassinato da vereadora.
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